Pare um pouco e pense: por mais que algumas delas sejam de gosto duvidoso, você ainda tem um bom sentimento quando ouve bandas que costumava ouvir na adolescência, não?
É comum ficarmos felizes, pularmos, cantarmos e falarmos que amamos certas músicas quando elas começam a tocar em algum lugar como o rádio ou uma festa e fizeram parte dessa época tão particular da vida. Acontece que estudos mostram que essa nostalgia não é apenas algo cultural, mas tem muito a ver com o efeito da música no cérebro, dizendo que não importa quanto o gosto musical do indivíduo “evolua” com o tempo, aquelas músicas que ouviu na adolescência, ainda terão um belo lugar guardado em seu cérebro.
Prova disso, como aponta o autor de um artigo a respeito no site Slate, é que muito provavelmente se você ouvir as 20 músicas que estão nas paradas de sucesso hoje em dia, terá dor de cabeça, mas se ouvir novamente as músicas mais tocadas de quando tinha 14, 15, 16 anos, irá abrir um sorriso. De acordo com estudos, ouvir as suas músicas favoritas inicia um processo nas áreas de prazer do cérebro, liberando substâncias como dopamina e serotonina, que fazem a pessoa se sentir bem, efeito bastante parecido com o que é procurado através do uso de certas drogas, inclusive.
A diferença, porém, estaria no período entre 12 e 22 anos de idade, quando as músicas não apenas causam sensação de prazer ao indivíduo, mas o fazem de maneira extraordinária, como “um show de fogos de artifício”, fazendo como se essa experiência ficasse registrada no cérebro de forma permanente. Além disso, quando são feitas conexões dos neurônios em relação a uma música nessa época, elas normalmente estão aliadas a uma série diferente de sentimentos e de experiências sociais, já que a descoberta musical é feita pela primeira vez, ela vem acompanhada e indicada por amigos e é vista, também, como uma forma de se encaixar dentro de certos ambientes. É quando você se torna você, e é natural que boa parte desse processo fique para sempre na memória.