Pré lançamento do documentário O Caso do Homem Errado acontece hoje em Porto Alegre

A primeira mostra do filme irá acontecer na próxima terça-feira (07), no SindisPrev, às 14h, seguido de uma roda de bate papo sobre o tema 

Em maio de 1987, o operário Júlio César de Melo Pinto, foi executado pela Brigada Militar de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ao ser confundido como um assaltante. O episódio ficou conhecido como O Caso do Homem Errado. Prestes a completar 30 anos do caso, o documentário aborda a questão do extermínio da juventude negra pelas mãos da polícia brasileira e faz o questionamento se realmente há um homem certo para ser assassinado.

O documentário quer trazer à memória e ao debate um fato que expõe o preconceito racial e social existente no Brasil e pretende demonstrar, por meio de depoimentos e imagens de arquivo, as razões subjacentes que levaram os policiais a confundirem Júlio César com um bandido e o executarem. O crime ficou conhecido como O Caso do Homem Errado e ganhou fama após o repórter do jornal Zero Hora, Ronaldo Bernardi, fotografar Júlio César sendo colocado com vida na viatura e após algum tempo chegar morto no Hospital de Pronto Socorro com dois tiros. Os assassinatos cometidos pelas forças de segurança no Brasil são a segunda maior causa de mortes violentas no país, ultrapassando inclusive o latrocínio.

Segundo dados da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados. São 63 por dia. Um a cada 23 minutos. A CPI toma por base os números do Mapa da Violência, realizado desde 1998 pelo sociólogo Julio Jacobo Wasilfisz a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. O último Mapa da Violência contabilizou que cerca de 30 mil jovens são assassinados por ano no Brasil e 77% são negros. Ainda de acordo com o Mapa, a taxa de homicídios entre jovens negros é quase quatro vezes a verificada entre os brancos, 36,9 a cada mil habitantes, contra 9,6. Além disso, o fato de ser homem multiplica o risco de ser vítima de homicídio em quase 12 vezes. 

No dia do evento, que é promovido pelo Sindisaúde-RS por meio da diretoria de Gênero, Raça e Diversidade Sexual, ocorrerá um bate papo com a diretora do filme Camila de Moraes e com a assistente de direção e produtora do documentário Mariani Ferreira. A advogada e produtora Karla Meura também estará presente, junto com o repórter Renato Dornelles, que participou da cobertura do caso na época, e o coordenador do Coletivo Diversidade da Aserghc, José Antônio de Souza. 

 

SERVIÇO

O QUÊ: Pré lançamento do documentário O Caso do Homem Errado

QUANDO: 07.02.2017 (terça-feira)

ONDE: SindisPrev (Travessa Francisco Leonardo Truda, nº 40, Porto Alegre/RS)

HORÁRIO: 14horas

CONTATO: (51) 99267.4857

 

Por: Silvia  Abreu