Danças típicas, churrasco e chimarrão, entre outros costumes da cultura gaúcha, podem adquirir projeção internacional com a candidatura dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É o que pretende o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairioli Callegaro, com o apoio do Ministério da Cultura (MinC).
O secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional do MinC, Adão Cândido, participa, nesta quinta-feira (9), em Porto Alegre, de reunião com Callegaro para dar início ao processo de candidatura ao Registro de Melhores Práticas de Salvaguarda, no âmbito da Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.
“É uma forma de dar visibilidade à cultura gaúcha em âmbito nacional e internacional”, destaca Cândido, que é natural do Rio Grande do Sul. “O centro é um importante instrumento de preservação da cultura gaúcha”, ressalta.
Atualmente, há 1,7 mil Centros de Tradições Gaúcha espalhados pelo Brasil, os quais difundem os costumes do estado. A Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, adotada pela Unesco em 2003 e ratificada pelo Brasil em 2006, define o Patrimônio Cultural Imaterial como práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que comunidades reconhecem como parte integrante de sua herança cultural.
A inscrição de manifestações nas listas da Convenção do Patrimônio Cultural Imaterial deve, necessariamente, ser precedida por um amplo processo de consultas e de mobilização com as comunidades envolvidas, que culmina na elaboração de um detalhado dossiê de candidatura. Após a avaliação e aprovação do dossiê pelas instâncias competentes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a candidatura poderá oficialmente ser apresentada à Unesco.
Algumas manifestações do Brasil já foram inscritas em listas do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Entre elas estão a Roda de Capoeira (2014), o Círio de Nazaré (2013), o Frevo (2012), o Yaokwa, ritual do povo enawene nawe para a manutenção da ordem social e cósmica (2011), as expressões orais e gráficas dos índios wajapis (2008) e o samba de roda do Recôncavo Baiano (2008).