Entrevista: Nando Reis volta a Porto Alegre para apresentar o disco Jardim-Pomar

Após 3 anos, Nando Reis está de volta a cena musical com o seu novo disco Jardim-Pomar (lançado em novembro do ano passado). Este é o oitavo disco de estúdio do cantor, foi gravado em São Paulo, Seattle e Washington, com a ajuda dos produtores Barrett Martin e Jack Endino (que já havia produzido o álbum anterior, Sei, e alguns álbuns dos Titãs, ex-banda de Nando). “Gosto de gravar fora do Brasil porque tenho uma relação forte com a música americana e adoro viajar. Seattle é uma cidade magnífica e foi ótimo gravar lá. Já tinha gravado nos EUA, inclusive com os mesmos produtores” – diz Nando ao ser perguntado sobre a experiência de ter gravado fora do país.

O disco traz músicas que falam de morte, fé, ausência de Deus e paixões, no melhor estilo Nando Reis. Muito elogiado pela critica, tendo uma cotação entre 4 e 4,5. Foi eleito um dos melhores discos de 2016 pelo No Palco, em dezembro.

Jardim-Pomar conta com 12 músicas inéditas, em “Azul de Presunto” Nando recebe seus ex companheiros de banda Arnaldo Antunes, Branco Mello, Sérgio Britto e Paulo Miklos, seus filhos Theo Reis, Sebastião Reis e Zoe Reis, e um trio de mulheres formado por Pitty, Tulipa Ruiz e Luiza Possi. “Assim que compus a música, sabia que ela deveria ser cantada por muitas vozes. Quando chegou o momento da gravação, convidei meus amigos titânicos, meus filhos, e as cantoras que admiro , grandes artistas, com quem nunca havia trabalhado. Gravamos em 2 dias: no primeiro juntei os Titãs com meus filhos: no segundo vieram as meninas. Foi uma farra”.

No dia 24 de junho, Nando Reis volta a Porto Alegre para apresentar sua nova turnê no Pepsi On Stage. Os ingressos custam entre R$ 60 a R$ 250, e estão a venda no site Blueticket.

 

Confira a entrevista na integra:

NO PALCO – Todo ano você passa por Porto Alegre, inclusive já gravou um DVD aqui, conta como é sua relação com a cidade?

NANDO – É ótima. Estou muito feliz de poder levar o novo show para Porto Alegre. Espero que o público goste.

A música “Azul de Presunto” tem participação de seus filhos e dos seus ex companheiros de banda. Como surgiu a ideia, e como foi a nostalgia de voltar a gravar com os Titãs?

Assim que compus a música, sabia que ela deveria ser cantada por muitas vozes. Quando chegou o momento da gravação, convidei meus amigos titânicos (Arnaldo Antunes, Branco Mello, Paulo Miklos e Sérgio Britto) , meus filhos (Theo e Sebastião, que tem a banda 2Reis, e Zoe) , e as cantoras que admiro (Pitty, Tulipa Ruiz e Luiza Possi) , grandes artistas, com quem nunca havia trabalhado. Gravamos em 2 dias: no primeiro juntei os Titãs com meus filhos: no segundo vieram as meninas. Foi uma farra.

E a experiência de gravar com os filhos?

Magnífico, né. Tenho muita admiração por eles. Família é tudo.

O Jardim Pomar foi gravado em São Paulo e em Seattle. Você já havia gravado nos EUA antes, ou foi a primeira vez?

Gostei de gravar fora do Brasil porque tenho uma relação forte com a música americana e adoro viajar. Seattle é uma cidade magnifica e foi ótimo gravar lá. Já tinha, sim, gravado fora, inclusive com os mesmos produtores.

Você procura lançar um disco a cada 3 anos, este é o tempo necessário para pensar em novas músicas ou as ideias surgem do nada?

Antigamente, nos anos 80, por exemplo, tínhamos que lançar um disco por ano, agora eu tenho demorado mais. Eu gosto muito de gravar discos, mesmo com o consumo da música tendo mudado tanto. Prá mim, gravar um disco é uma coisa muito preciosa, é a base de todo o meu trabalho. Lá estão as coisas que eu componho, de lá eu tiro o repertório da turnê, lá eu estabeleço toda a identidade visual e conceitual do que eu quero mostrar. Um disco se descobre fazendo, por mais que você tenha muitas ideias. No caso desse trabalho, não havia nenhum conceito, embora eu já tivesse o nome do disco em mente.

Jardim Pomar tem uma bela arte, na verdade todos os discos tem um lindo design. Quem fica encarregado dessa função?

Eu gosto de cuidar também da arte, do design e do conceito do disco. E quando me tornei independente, o cuidado com isso ficou mais importante ainda. Eu queria fazer uma capa cuidadosa, porque prá mim o disco também é o que o embala, a arte visual dele. Eu gosto muito de artes plásticas e a maioria dos meus discos tem trabalhos de artistas plásticos que eu admiro. E embora eu participe de tudo, eu gosto de deixar o artista ouvir a minha música e criar algo. Eu achei que o trabalho da Vânia era adequado para o que eu pensava prá esse projeto.

Você e o Humberto Gessinger são os músicos que têm procurado lançar o vinil. Numa era tão digital, lançar o vinil é um pouco arriscado?

Não vejo assim. O vinil, apesar de ter ficado caro, é um projeto de colecionador, de quem gosta de ver o trabalho como um todo. Já tive outros dois trabalhos em que lancei o vinil também e tenho visto outros artistas também oferecendo essa opção.

Em Jardim Pomar você lançou a fita cassete. Por quê?

Eu queria um trabalho completo, um projeto que contemplasse todas as mídias.

O que você tem ouvido ultimamente?

Tenho ouvido muito (de novo – sou um eterno reouvinte) Stevie Wonder, Beatles, Bob Dylan, Novos Baianos e Bunny Wailer

Você já tem mais de 30 anos de carreira e o seu público continua jovem. No último show seu em Porto Alegre, eu vi diversos adolescentes cantando suas músicas como se fossem recentes. Como você explica isso?

Acredito que a geração mais nova viu os pais ouvindo minha música. Acredito que passa de geração para geração e fico feliz demais com isso.

 

Escute o disco no Spotify: