Midnight Oil estreia turnê com show enérgico e contagiante em Porto Alegre

Às 21:39, sem cerimônias, o Midnight Oil deu o ponta-pé inicial para a “Great Circle World Tour 2017”, turnê que reúne os membros originais da banda 15 anos após o encerramento das atividades, em 2002. Neste meio tempo a banda se reuniu duas vezes com membros diferentes, em 2005 e 2009; Peter Garret se tornou parlamentar no congresso australiano e ministro de estado do país. Ativista político e ecológico, Peter se tornou um símbolo do engajamento social feito pela banda em toda sua trajetória.

Porto Alegre foi a primeira cidade a receber o show da banda (em Sydney houve um show especial de lançamento em 13 de abril). Para um Pepsi On Stage cheio, apesar da chuva torrencial que caía na cidade, o Midnight Oil apresentou um show cheio de energia e vigor, com um vocalista super em forma e com as mesmas dancinhas e trejeitos de 20 anos atrás, quando da última apresentação da banda na capital gaúcha, no Sesc Campestre, em 1997. A estreia da banda em solo gaúcho foi em 1993, no Ginásio Tesourinha. Ao contrário de 93, quando Garrett criticou duramente a poluição do Guaíba e acusou as fábricas ao redor do lago de cometerem crimes ambientais, neste ano o Midnight Oil veio à Porto Alegre para satisfazer os fãs cheios de saudades da sua música, sem muito engajamento social e ecológico. Sua música bastou.

Para iniciar a apresentação, a banda entoou “King of the Mountain” para um público pego de surpresa e ainda morno. Mas o som pesado da banda não esmorece em nenhum momento. Até às duas versões acústicas feitas pela banda de “When the Generals Talk” e “Luritja Way”, só com Garrett nos vocais, e bem próximo do público num púlpito improvisado na lateral do palco e com o acompanhamento do tecladista. A partir daí vem uma pedrada atrás da outra.

Clássicos, hits engajados e uma catarse coletiva em ‘Blue Sky Mine’: o Midnight Oil não poupou o público porto alegrense. O desfile começa com “Power and the Passion” e as falas em português do vocalista tenta explicar o significado de algumas das músicas tocadas a seguir: “Bullroarer” e “Arctic World”. Os primeiros acordes de “The Dead Heart” faz um mar de telas de celulares subirem às cabeças. E assim vai até o final com a sequência de “Beds are Burning”, “Forgotten Years” e “Blue Sky Mine”, quando o público cantou a plenos pulmões a canção junto com o vocalista. No bis, com a plateia em êxtase e ganha, mais dois clássicos: “Redneck Wonderland” e “Dreamworld” para encerrar uma noite memorável aos Oils gaúchos. Muitos, após o show, sentiram falta de muitas canções e foram citadas “U.S. Forces” e “Hércules”. Mas saíram do Pepsi On Stage satisfeitos com quase duas horas de show e 22 canções executadas.

SETLIST
1 – King of the Mountain
2 – Stars of Warburton
3 – Tone Poem
4 – Truganini
5 – In the Valley
6 – Put Down That Weapon
7 – Renaissance Man
8 – Earth and Sun and Moon
9 – When the Generals Talk (acústico)
10 – Luritja Way (acústico)
11 – Power and the Passion
12 – Bullroarer
13 – Arctic World
14 – Warakurna
15 – The Dead Heart
16 – Say Your Prayers
17 – Beds Are Burning
18 – Forgotten Years
19 – Blue Sky Mine
20 – Sometimes

BIS:
21 – Redneck Wonderland
22 – Dreamworld

“The Dead Heart”

“Power and the Passion”

“Dreamworld”

Crédito da imagem: Israel Dilkin