No próximo sábado, dia 06, estreia a nova montagem da diretora Fernanda Moreno: “Dog Day”. A peça estará em cartaz aos sábados e domingos, nos próximos três finais de semana, na sala Carlos Carvalho, da Casa de Cultura Mário Quintana, no Centro Histórico de Porto Alegre. Os ingressos antecipados já estão à venda no site Entreatos Divulga.
Dog Day é resultado de curso de extensão, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Social e Cultural da PUCRS, que desde 2015 oportuniza o fazer teatral no âmbito acadêmico, para estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Em 2016, a ministrante do curso e diretora da peça, apresentou como proposta para seus alunos, a possibilidade de criar um espetáculo autoral, na qual todos tivessem participação ativa em sua concepção, criando assim personagens e dramaturgia desse espetáculo.
Em outubro de 2016, a montagem participou do festival Art In Vento, em Osório, sendo indicado em seis categorias e premiado em duas: melhor dramaturgia, para Fernanda Moreno e ator coadjuvante para Giordano Spencer.
DOG DAY
Vinte e quatro horas de encontros e desencontros em cotidianos solitários. Este é o tema do espetáculo “DOG DAY”, que estréia temporada no dia 6 de maio, no Teatro Carlos Carvalho, na Casa de Cultura Mario Quintana. Com direção de Fernanda Moreno, a montagem aborda temas como o suicídio, gênero, identidade e diferenças sociais de personagens atrelados por um fio de solidão.
O foco é uma cidade em que 10 personagens ao longo de 24 horas se encontram estabelecendo relações reais ou até mesmo virtuais, trazendo novas perspectivas para o seu caminho, ora multidão ora deserto. Em meio á contemporaneidade, o indivíduo cada vez mais se isola em seu próprio universo, ora tecnológico ora existencial, as relações tornam-se frágeis e superficiais, nos protegemos em nossos próprios medos, trazendo uma inconstante insatisfação cotidiana, na qual nossas angustias e desmotivações tornam-se os nossos legítimos companheiros.
O espetáculo Dog Day, tenta de forma poética retratar a fragmentação do ser humano em um universo multifacetado, em que a coragem de ser a si mesmo é permitida apenas para alguns. Encontramos no relacionamento a distância das personagens Amy e Joe, questões de sexualidade e a barreira de impessoalidade criada pelo apego excessivo ás redes sociais e plataformas assemelhadas. Na personagem Camélia Thompson a questão de gênero e violência é apresentada e refletida com o devido cuidado. No cego Edward Taylor, sua deficiência é abordada como uma diferença e não como uma limitação que o torna inválido. Em Sandy, o materialismo é discutido, em suas cenas de flerte com o Teatro do Absurdo. A cartomante Meggie leva sua vida de forma mecânica movida pela ganância e controle, representando uma falsa ilusão do sucesso. Cooper nos proporciona uma representação do vazio acarretado pelo ódio e intolerância . No relacionamento entre Emma e Thomas, inspirado nas obras Dom Quixote e Madame Bovary, o relacionamento amoroso e sua influência na juventude é trazido à pauta de forma bem humorada proporcionando um alivio cômico. Alma apresenta questões sociais e humaniza os sem tetos, a questão da normalização da miséria fica intrínsecas em suas cenas de humor que cativam o público mais jovem.
No espetáculo não há protagonismo, todas as personagens possuem o mesmo número de cenas, e não por acaso, isto é uma das maneiras que a peça tem de dizer que não há pessoas mais ou menos importantes, somos todos igualmente importantes em nossa sociedade, ou deveríamos ser.
FICHA TÉCNICA
Direção: Fernanda Moreno
Assistência de direção: Ismael Goulart
Dramaturgia: Fernanda Moreno e grupo
Elenco: Arthur Loureiro, Camila Salton, Domingos Berwanger, Giordano Spencer, Jacqueline Sabater, Márcia Schuler, Marjorie Lacostt, Nathália Haucke, Rafael Mog e Victoria Guella Rech Lima
Trilha sonora: Ismael Goulart
Iluminação: Bruna Immich
Assessoria de Imprensa: Gustavo Saul
Fotografia: Rafael Mog e Reynerio Espinoza
Produção: o grupo
Realização: Instituto de Desenvolvimento Social e Cultural da PUCRS
SERVIÇO
DOG DAY
Dias 06, 07, 13, 14, 20 e 21 de maio de 2017
Sábados e domingos, sempre às 20 horas
Teatro Carlos Carvalho (Casa de Cultura Mario Quintana) – Rua dos Andradas, 762 – 2º andar – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
Telefone (51) 3221.7147
Classificação: 14 anos
Realização: Instituto de Desenvolvimento Social e Cultural da PUCRS
Evento: Dog Day | Teatro Carlos Porto Alegre
INGRESSOS
No local: R$ 25,00
– 50% de desconto para estudantes, idosos e classe artística
– A bilheteria abre 1 hora antes das apresentações.
VENDA ANTECIPADA: http://www.entreatosdivulga.com.br/dogday
– Ingressos adquiridos no site tem taxa padrão de conveniência
– Ingressos online até 2h antes do início do espetáculo
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Após as sessões dos dias 14 e 20 de maio ocorrerão sessões comentadas com convidados especialistas em alguns temas abordados na peça. São eles:
14/05 – Tema: “Suicídio e deficiência além da ficção”.
Convidados
Marco Aurélio Alves – Professor e Diretor Teatral, graduando em psicologia e atualmente Conselheiro de Estado da Cultura. Também atua no Instituto Brasileiro da Pessoa em projetos com adolescentes, LGBTs, idosos e soropositivos, objetivando a prevenção ao suicídio e o enfrentamento ao preconceito.
Eraldo Fortini – bacharel em turismo e em geografia, atuou como Professor em escolas de ensino médio. Enfrentou a deficiência visual atuando como atleta paraolímpico e vem ministrando palestras e participando de debates objetivando conscientizar gestores públicos sobre as maiores demandas de pessoas vivendo com deficiências.
20/05 – Tema: “Gênero e Identidade além da ficção”.
Convidados
Plínio Mósca – diretor e professor de teatro Tecnólogo em produção cênica pela faculdade Monteiro Lobato, Mestre em memória social e bens culturais pela universidade unilasalle de canoas.
Natasha Centenaro – jornalista, dramaturga e doutoranda em Teoria Literária.
Fernanda Nascimento – idealizadora do Gemis, (ONG: Gênero, Mídia e sexualidade) e feminista. Jornalista e mestra em Comunicação Social na PUCRS. Autora do livro “Bicha (nem tão) má – LGBTs em telenovelas” (Multifoco, 2015). Atualmente cursa doutorado no Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).