Você sabe quais são os lugares de memória das culturas de matriz africana que vieram para a América do Sul no período do tráfico de escravos? São museus, monumentos, sítios arqueológicos, além de tradições orais, festas e rituais.
A 11ª Bienal do Mercosul traz, mais uma vez, estas questões, e agora em um evento que conta com presenças de especialistas no assunto! De Moçambique: Severino Ngoenha; do Senegal: Malick Kane; do Uruguai: Oscar Montaño e do Brasil: José Rivair Macedo, Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Jr., Milton Guran, Luis Cláudio Symanski, Rafael Sanzio Araújo dos Anjos.
Serão abordados aspectos históricos, geográficos, antropológicos, culturais e filosóficos das relações entre o Brasil e a África. Nas idas e vindas dos navios negreiros: as ideias, tradições, conhecimentos, estilos culturais e sistemas de valores europeus, africanos e americanos. As relações estabelecidas da maior migração forçada da história e a reconstrução de suas identidades e história, a partir de um duplo processo de desterritorialização: o primeiro, em relação aos lugares de origem no continente africano; e o segundo, na privação do direito de ir e vir, condição imposta pelo cativeiro na América. Nesta condição que os africanos e seus descendentes recriaram suas referências sócio-culturais, identificando na África uma matriz com sentidos novos à sua existência, e formas de resistir diante da profunda opressão. O objetivo deste evento é reunir especialistas que se dedicam ao estudo dos lugares de memória (museus, monumentos, sítios arqueológicos, tradição oral, festas e rituais) deste Atlântico Negro, com ênfase no fluxo e refluxo entre o Brasil e a África.
No cronograma estão palestras, conferências, lançamento de livros, e projeções de documentário. As atividades são abertas ao público, e é necessária a inscrição de quem desejar certificado de participação. O evento tem realização da Fundação Bienal, UFRGS (Departamento de Educação e Desenvolvimento Social – DEDS) e Santander Cultural. Apoios: Lojas Renner, Instituto Unimed e Lojas Pompéia. Não fique de fora! O triângulo do Atlântico somos todos nós!
SEMINÁRIO INTERNACIONAL “LUGARES DE MEMÓRIA NO TRIÂNGULO DO ATLÂNTICO”
Quinta e sexta feira, dias 24 e 25 de agosto de 2017
Auditório 1 – Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS
Endereço: Rua Ramiro Barcelos, 2705 – Bairro Santana – Porto Alegre/RS
Inscrições: para quem quiser certificado basta chegar no dia 24 às 13h30 no local do evento.
ENTRADA GRATUITA
Evento: Seminário internacional da 11ª Bienal do Mercosul
Confira a programação completa!
* DIA 24 DE AGOSTO
-> TARDE
14h: Apresentação geral do evento (José Rivair Macedo)
14h30: Sessão de Abertura
15h: José Rivair Macedo: “A primeira embaixada africana ao Brasil (Salvador, 1750)”
16h30: Projeção do documentário Atlântico negro: na rota dos Orixás, de Renato Barbieri (1998), com comentários de Milton Guran
19h: Malick Kane (Senegal) – “Transatlanticidade: sobre o AfricanBurial Ground New York e o projeto do Mémorial de Gorée no Senegal”
* DIA 25/08/2017
-> MANHÃ
10h: Milton Guran:“Cais do Valongo: passado, presente e futuro”
11h: Luis Cláudio Symanski: “Diversidade Material e Cosmologias: um estudo comparativo de senzalas do Sudeste e Centro-oeste do Brasil
12h: Intervalo para almoço
-> TARDE
14h: Rafael Sanzio Araújo dos Anjos: “Os quilombos e o Brasil africano visível-invisível”
15h: Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Jr: “Diáspora africana: maçambique de Osório, memória, ressignificação cultural e política quilombola”
16h: Oscar Montaño (Uruguay): “Batuque de Candombe. Sala de Nación como espacio de Resistencia”
17h: Lançamento de livros
17h30: Projeção do documentário A tradição do Bará do Mercado, dirigido por Ana Luiza Carvalho da Rocha (2008) – com comentários de Ana Luiza Carvalho da Rocha e Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Jr.
->NOITE
19h30: Conferência de encerramento – Severino Elias Ngoenha (Moçambique): “Ubuntu, um desafio africano para o mundo”.
Fonte: Otto Herok Netto
Foto: Atlântico Negro/Divulgação