Ed Mota se apresenta em Porto Alegre dia 23 de novembro

Foto: Luan Lopez

Ed Motta, um dos artistas brasileiros mais aclamados no exterior, irá voltar ao palco do Opinião, no dia 23 de novembro, com um show totalmente diferente daquilo que os fãs assistiram durante a turnê do elogiadíssimo “AOR”, que levou o cantor e compositor carioca aos maiores festivais de jazz do mundo, ao longo dos últimos cinco anos.

No espetáculo “Baile do Flashback”, Ed estará acompanhado da sua banda completa para reproduzir ao vivo alguns dos principais sucessos do soul e do funk dos anos 70, de artistas como BB&Q Band, McFadden & Whitehead e Shalamar. Além dessas e de outras homenagens aos ícones de ambos os gêneros, o multi-instrumentista ainda vai incluir no repertório da sua apresentação baladas românticas e todos os sucessos da sua carreira, como são os casos de “Fora da Lei”, “Manuel”, “Vendaval” e “Columbina”. Do seu projeto atual, está disponível nas plataformas digitais, como o Spotify e o Youtube, um single com a gravação de “Living Inside Myself” (https://youtu.be/7s0nhyk6QDU), de autoria do canadense Gino Vannelli, que muito toca nas rádios e que certamente será mostrada ao vivo em Porto Alegre.

ED MOTTA

Ed Motta despontou em fins dos anos 80, como o vigoroso cantor e um dos compositores do Conexão Japeri. Uma sensação instantânea no circuito carioca, o grupo confirmou esse status em seu disco de estreia, “Conexão Japeri” (Warner), lançado em 1988 com canções como “Manuel”, “Vamos Dançar”, “Baixo Rio” e “Um Love”. Sucessos marcados por uma exuberante musicalidade e que introduziam fortes componentes do soul e do funk ao pop rock que então vigorava no Brasil, o registro logo deixou evidente que, aos 16 anos, Ed Motta chegava para ficar.

Dezesseis anos depois, no entanto, nem o mais otimista dos otimistas poderia prever que ele fosse tão longe. Hoje, é um cantor, compositor, multi-instrumentista, arranjador e produtor de trânsito internacional. Em seu estilo, sem abrir da veia funk-soul, tritura influências que vão do jazz à canção brasileira, das trilhas sonoras de Hollywood ao rock, da música clássica aos standards americanos, da bossa nova ao reggae. O resultado desse amalgama de referências já é reconhecido no mundo todo, confirmado nas turnês que nos últimos anos rodaram a Europa, o Japão, os Estados Unidos e a América do Sul. Em estúdios e palcos, Ed também já trocou experiências com músicos como Roy Ayers, Jean-Paul Maunick (líder do Incógnito), Paul Griffin, Bo Diddley, João Donato, Dom Salvador, entre tantos outros.

Nascido no Rio, em 17 de agosto de 1971, Eduardo Motta cresceu rodeado por música. Sobrinho do criador de um soul com sotaque brasileiro e carioca, o cantor e compositor Tim Maia, ele tem como primeiras lembranças a música do tio, os discos de samba-canção e bossa nova que seus pais, Luzia e Antonio Carlos, ouviam. Mas o gatilho para que essa natural paixão pela música virasse uma obsessão foi mesmo o blues-rock britânico: Thin Lizzy, Humble Pie, Led Zeppelin, Free e Rory Gallagher.

Ed Motta lançou, em 2013, o seu 13º trabalho de estúdio, chamado “AOR”. Um ourives do estúdio, com fama de perfeccionista, Ed Motta buscou o som perfeito, o timbre ideal, a nota exata – mesmo que isso já faça parte de sua história, desde o começo com “Entre e Ouça” (1992). “AOR” também trouxe elementos de outros discos, como o acento pop de sua época de maior popularidade, quando gravou “Fora da Lei” e “Columbina”, mesclando às experimentações jazzísticas de “Dwitza” (2002) e  de “Poptical” (2003). O seu último trabalho de estúdio é o álbum “Perpetual Gateways”, que saiu somente no mercado exterior, em 2016.

Por: Paulo Finatto Jr.