Projeto Macumbaria idealizado pela cantora Juliana D Passos, estreia no Opinião

O projeto Macumbaria, idealizado pela cantora Juliana D Passos, irá fazer a sua estreia em Porto Alegre, no dia 25 de novembro. O espetáculo, que já passou por diversas cidades do Brasil e é uma legítima exaltação da musicalidade africana e da sua influência na cultura brasileira, vai estar no palco do Opinião, tendo como pilar a religiosidade dos cultos de matriz afro, com a recriação de cânticos da cultura Yorubá em ritmos de origem negra, como o soul, o reggae, o maracatu e o hip hop.

Sucesso no Youtube (https://www.youtube.com/user/julianadpassos) e com as suas músicas compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais, a artista catarinense trará para Porto Alegre, além do seu repertório próprio, um pouco da dança e do folclore do continente africano. Com dois discos lançados entre 2016 e 2017, intitulados “EP Ao Vivo” e “Atabaque & Voz – Vol. I”, os destaques da apresentação certamente vão ficar por conta de faixas cheias de energia, como “Pombo-Gira (Maria Mulambo) – Do Luxo ao Lixo” (https://youtu.be/yKTwEdh-Cjo), “Oxalá – Lá no Céu Abriu Uma Porta” (https://youtu.be/UKJIwU5CttU) e “Iansã – Ela é Oyá” (https://youtu.be/5NdQ4zsfYcw).

JULIANA D PASSOS E MACUMBARIA

A paixão da cantora Juliana D Passos pela riqueza da cultura africana foi a motivação que a sua alma de artista encontrou para a criação do Macumbaria, um projeto que busca exaltar a negritude como base da formação das raízes nacionais e da identidade cultural brasileira. Com um DNA essencialmente musical, o Macumbaria nasceu da adaptação de cânticos da cultura Yorubà a novos ritmos, ainda oriundos do complexo e multifacetado universo da cultura negra e difundidos em nível mundial, como o soul, o reggae, o maracatu e o hip hop.

O conceito por trás do Macumbaria, que a artista idealizou desde o seu começo, vai além do show já apresentado, em diversas cidades pelo Brasil, para ganhar legítimos ares de espetáculo musical a partir de elementos diversificados, como a dança, a performance teatral e as referências folclóricas totalmente fiéis à matriz africana. Algo que passa, por exemplo, pelos instrumentos africanos utilizados no palco, pelas estampas étnicas e típicas do universo tribal e pelas máscaras e esculturas que remetem ao misticismo típico do povo africano.

Para além desse seu interesse musical, a vida de Juliana D Passos é repleta de ligações com a cultura africana. Isso está refletido, antes de mais nada, na sua origem como descendente direta de escravos africanos. A sua bisavó chegou ao Brasil em um navio negreiro e o seu avô foi adotado por uma outra família, por conta da Lei do Ventre Livre, vigente na época. Esse processo também determinou uma ligação familiar com a religiosidade africana e está presente nos dois discos que a cantora lançou com o projeto, “EP Ao Vivo” (2016) e “Atabaque & Voz – Vol. I” (2017).

Por: Paulo Finatto Jr.

Foto Gustavo Avohai