O Ministério da Cultura (MinC) e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) anunciaram nesta semana, a segunda etapa do programa #audiovisualgerafuturo, com o lançamento de novos editais para cinema e televisão. Serão investidos R$ 471 milhões na indústria audiovisual brasileira. As novas chamadas públicas trazem mudanças importantes nas operações do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), geridas pela Ancine, garantindo mais agilidade e transparência aos processos.
Além de mudanças estruturais, como um sistema de pontuação mais objetivo e transparente, algumas linhas foram também renomeadas em função, por exemplo, do elo da cadeia beneficiado e do sistema de seleção adotado. Nesta etapa do programa, são estimados R$ 468 milhões em produção e distribuição para cinema e TV, além de R$ 3 milhões, provenientes do orçamento da Ancine, destinados a subsidiar a atividade de grupos exibidores de pequeno porte, que se destacaram pela exibição de filmes nacionais em suas salas de cinema.
Esses recursos, somados aos R$ 80 milhões anunciados pela Secretaria do Audiovisual (SAv/MinC) em fevereiro, são provenientes do orçamento do Plano Anual de Investimento de 2017 que ainda não foram aplicados. Os valores disponíveis para o exercício de 2018 serão aprovados ainda no mês de março pelo Comitê Gestor do FSA e uma nova etapa do programa #audiovisualgerafuturo tem previsão de lançamento para abril, totalizando mais de R$ 1 bilhão no setor este ano, maior valor já disponibilizado historicamente.
Na ocasião, foi anunciada também a terceira edição da Linha de Produção para TVs Públicas, realizada em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Serão distribuídos R$ 70 milhões entre as cinco regiões do país, o que resultará em programação de produção independente para a TV Brasil, para os canais do Poder Legislativo e ainda para TVs Comunitárias e Universitárias.
Confira as seis chamadas públicas anunciadas da segunda etapa do programa #audiovisualgerafuturo:
Produção Cinematográfica/Seletivo (antigos Prodecine 01 e 05)
O edital, destinado a produtoras brasileiras independentes, busca ampliar a produção de filmes brasileiros com foco tanto em aspectos comerciais quanto artísticos, garantindo a diversidade na produção nacional. A chamada será dividida em duas modalidades:
Modalidade A (Livre), com investimentos de até R$ 6 milhões por projeto. O total de recursos destinados a essa modalidade será de R$ 60 milhões.
Modalidade B (Foco artístico), com investimentos de até R$ 3 milhões. O total de recursos destinados a essa modalidade será de R$ 40 milhões.
O mérito dos projetos será analisado por dois pareceristas externos, credenciados por edital. A aferição dos critérios objetivos será feita por servidores da Ancine a partir de parâmetros definidos pelo Comitê Gestor do FSA.
Produção Cinematográfica/Fluxo Automático (antigos Prodecine 02 e 04)
Serão destinados R$ 150 milhões para produção cinematográfica, que podem ser acessados por produtoras e distribuidoras brasileiras. As produtoras só poderão dispor de até 10% do valor total dos recursos, e as distribuidoras, 30%. O limite por projeto será de R$ 6 milhões.
A produtora proponente deverá apresentar contrato de distribuição com empresa brasileira independente. Distribuidoras estrangeiras só serão aceitas como codistribuidoras.
O objetivo da chamada é fortalecer a associação entre empresas produtoras e distribuidoras brasileiras, ampliando a competitividade dos filmes nacionais.
Fluxo Automático de Produção para TV (antigos Prodav 01 e 02)
Serão destinados R$ 120 milhões para a produção de conteúdos para TV, que podem ser acessados por produtoras independentes e por emissoras e programadoras brasileiras, respeitando-se o limite de 10% para a produtora e 30% para a programadora.
As programadoras estrangeiras serão aceitas somente no módulo em que a produtora é a proponente. Havendo a possibilidade de exibição em canal internacional como primeira janela, só serão aceitos os casos em que os direitos de exploração no Brasil permaneçam com a produtora brasileira independente. O objetivo é ampliar a presença do conteúdo nacional nas grades de programação dos canais brasileiros e estrangeiros.
Distribuição Cinematográfica/Fluxo Automático (antigo Prodecine 03)
Linha destinada à comercialização de obras cinematográficas com destinação inicial ao mercado de salas de exibição.
São três modalidades de investimento, de acordo com o tamanho do lançamento do longa-metragem de ficção, documentário ou animação. Será disponibilizado um total de R$ 28 milhões para investimentos. A modalidade A investe na distribuição de obras com lançamento comercial em, no mínimo, 100 salas de cinema, simultaneamente, por ao menos uma semana.
Na modalidade B, são investidos recursos para o lançamento em, no mínimo, 10 salas de cinema, ou 120 sessões simultâneas, em ao menos uma semana. Já a modalidade C, atende os lançamentos em, no mínimo, 10 salas, ou 140 sessões não simultâneas ao longo do período de exibição.
TVs Públicas
Em sua terceira edição, a principal novidade é a inclusão dos canais legislativos entre os canais aptos à exibição das obras, unindo-se aos segmentos de TV universitária, comunitária e educativa e cultural. Serão produzidas 80 obras, divididas da seguinte forma:
3 Temas Livres – 15 obras
5 séries de ficção
5 séries de animação
5 séries documentário
13 Blocos Temáticos – 65 obras
2 blocos ficção (profissão / histórico)
2 blocos animação (infantil e infanto-juvenil)
9 blocos DOC (jovem, infantil, sociedade e meio ambiente, biográfico, diversidade de gênero, raça, sexualidade, manifestações culturais, qualidade de vida)
Prêmio Adicional de Renda (PAR) Exibição
O edital, que se destina aos pequenos exibidores brasileiros, tem por objetivo ampliar a exibição de filmes nacionais, premiando as empresas exibidoras em função da quantidade e diversidade de filmes nacionais exibidos. Serão destinados R$ 3 milhões para complexos de até duas salas, pertencentes a grupos de até 20 salas.
Por: revistadecinema