Malvino Salvador encena montagem sobre o lendário ‘Boca de Ouro’, no Theatro São Pedro, em maio

© João Caldas Fº

Depois de quase um ano de sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba e duas indicações ao Prêmio Shell de Teatro, o espetáculo Boca de Ouro chega a Porto Alegre para três sessões no Theatro São Pedro. Com apresentação do Ministério da Cultura, realização da Opus Promoções e da Cia Melodramática Brasileira e patrocínio da VIVO, a versão de Gabriel Villela para a tragédia carioca de Nelson Rodrigues (1912-1980) terá apresentações na capital gaúcha de 18 a 20 de maio. Os ingressos já estão à venda. Confira o serviço completo abaixo.

Boca de Ouro é um lendário bicheiro carioca, figura temida e megalomaníaca, que tem esse apelido porque trocou todos os dentes por uma dentadura de ouro. Também é conhecido como o Drácula de Madureira. Quando Boca é assassinado, seu passado é vasculhado por um repórter. Sua fonte é dona Guigui, a volúvel ex-amante do contraventor, uma mulher que, ao longo da peça, revela diferentes versões do bicheiro.

Este é o mote da tragédia carioca Boca de Ouro, cujo papel-título é vivido por Malvino Salvador, na montagem de Gabriel Villela. Estão ainda no elenco Mel Lisboa e Claudio Fontana, como o casal Celeste e Leleco; Lavínia Pannunzio, que vive a transtornada Guigui, ao lado de Leonardo Ventura, que dá vida a seu fiel e apaixonado marido Agenor. Chico Carvalho é Caveirinha, o rodriguiano repórter que carrega em si o olhar afiado e crítico, Nelson Rodrigues, jornalista que durante anos trabalhou em redações e conheceu ele próprio os vícios e contradições da imprensa. Cacá Toledo e Guilherme Bueno completam o elenco junto a Jonatan Harold, ao piano, e Mariana Elisabetsky, interpretando as 14 canções do espetáculo.

Malvino Salvador fala de sua experiência na pele do bicheiro de Madureira e da expectativa com a temporada gaúcha: “Essa peça foi muito importante na minha carreira pelo aprendizado que eu adquiri, por ter dividido o palco com grandes atores, por conhecer o universo do Gabriel Villela, que é um dos nossos maiores diretores, que tem uma personalidade vibrante, impressa nas suas montagens. (…) Para mim está sendo muito importante trazer Boca de Ouro aqui para Porto Alegre que, a gente sabe, é uma das principais praças do Brasil, com um público tão inteligente Depois de uma temporada de sucesso em São Paulo e Rio, tanto de público quanto de crítica, a peça tem o potencial de chegar aqui de uma maneira muito bonita, é isso que eu espero.”

Dentro das iconografias do subúrbio carioca, Gabriel se utiliza da simbologia do Candomblé e das mascaradas astecas no espetáculo. A casa de Celeste e Leleco traz muitas representações de Orixás sincretizados. A figura de Iansã, (Guilherme Bueno) aparece toda vez que uma cena de morte acontece. Iansã faz a contrarregragem das mortes da estória.

O Brasil cabe todo nesta arena: a política, as narrativas contraditórias, a libido, a festa da gafieira, o jogo do bicho, a fé e a música. Retratos de uma época que nos mostram que o Brasil pouco mudou, e que nosso dramaturgo nascido em Pernambuco em 1912 e radicado no Rio de Janeiro, nunca foi tão atual.

Além da direção, Gabriel Villela assina os figurinos e a cenografia. A iluminação é de Wagner Freire, a direção musical e preparação vocal são assinadas por Babaya e a espacialização e antropologia da voz por Francesca Della Monica. Os diretores assistentes Ivan Andrade e Daniel Mazzarolo completam a equipe criativa.

As diferentes narrativas para um mesmo fato, impulsionadas pelos amplos aspectos psicológicos dos personagens, cerne da dramaturgia de Boca de Ouro, já foi anteriormente explorada em Rashomon, de Kurosawa, filme que descreve um estupro e assassinato por meio dos relatos amplamente divergentes de quatro testemunhas, e também em Assim É Se Lhe Parece, de Pirandello, na qual os depoimentos conflitantes da sogra e do genro sobre suas situações familiares geram curiosidade doentia nos moradores da cidade no interior da Sicília.

Esta é a terceira montagem de Nelson Rodrigues feita por Gabriel Villela. Em 1994 ele montou A Falecida, com Maria Padilha no papel título, depois foi a vez de Vestido de Noiva, em 2009, protagonizado por Leandra leal, Marcello Antony e Vera Zimmerman.

A temporada de apresentações pelo Brasil, que iniciou em 2017, já rendeu duas indicações ao Prêmio Shell de Teatro para o espetáculo. Mel Lisboa foi indicada como melhor atriz e Gabriel Villela como melhor diretor.

BOCA DE OURO
Espetáculo com Malvino Salvador e Mel Lisboa
Dias 18, 19 e 20 de maio de 2018
Sexta feira e sábado, às 21hs e domingo, às 18hs
Theatro São Pedro – Praça Marechal Deodoro (Matriz), s/nº – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
Como Chegar: https://maps.theatrosãopedro
Capacidade: 690 pessoas
Classificação: 14 anos
Duração: 100 minutos
Realização: Opus Promoções
Evento: “Boca de Ouro” em Porto Alegre
Acompanhe a agenda No Palco em http://bit.ly/agendaNoPalco

INGRESSOS:

Setor Valor  Meia-Entrada
Galeria R$ 50,00  R$ 25,00
Camarotes laterais R$ 100,00  R$ 50,00
Camarotes centrais R$ 120,00  R$ 60,00
Plateia e cadeira extra R$ 130,00  R$ 0665,00

 

VENDA ONLINE: https://uhuu.com/evento/rs/porto-alegre/boca-de-ouro-4453

PONTOS DE VENDA
Bilheteria do Theatro São Pedro
De segunda a sexta, das 13h às 18h30 ou até o horário de início do espetáculo
Sábados e domingos, das 15h até o horário de início do espetáculo

FORMAS DE PAGAMENTO
Dinheiro, Visa (débito), Mastercard (débito) e Banricompras (débito)

DESCONTOS
– 50% para associados da AATSP (ingressos limitados)
– 50% para estudantes, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência (40% da lotação)
– 50% para idosos
– 50% para associados do Clube do Assinante ZH nos 100 primeiros ingressos e 10% nos demais (titular e acompanhante)

Fonte: Agência Cigana