No dia 18 de agosto o escritor porto-alegrense Everton Gullar fará o lançamento do livro Assassinos de Anúbis. O evento ocorrerá na Padula Livros, a partir das 15h. O No Palco conversou com o auto sobre o lançamento do trabalho e sobre sua carreira. Confira abaixo a entrevista na íntegra.
NP: Como inicia sua relação com a literatura e quem são as suas maiores influências?
Everton: Minha relação com a literatura começa com os poemas, quando comecei a escrevê-los logo após começar a ser alfabetizado. Com eles surgiu o interesse pela leitura. Comecei logo de cara com clássicos, de Machado de Assis até Doistoiéski, graças a uma pequena coleção de livros de minha mãe. Na adolescência descobri outros “estilos” que me fascinaram, como Chuck Palahniuk, Albert Camus, Agatha Christie, Bukowski, Neil Gaiman. E, mais tarde, antes de começar a escrever livros, aos 24 anos, conheci a obra que mais me influenciou, a Trilogia de Stieg Larsson, intitulada Millenium.
[Ele diz que escreveu o primeiro poema aos 7 anos, e também diz gostar de Dostoiévski, Bukowski, Neil Gaiman e Stieg Larsson. Fonte: https://www.jornalfloresta.com.br/jovem-escritor-da-cidade-baixa-lanca-livro-na-feira-de-porto-alegre/]
NP: Essas mesmas referências estão presentes em Assassinos de Anúbis?
Everton: Os escritores dos quais sou fãs, sem dúvida, estão presentes na minha personalidade, sabedoria, visão de vida, mas acredito que, se tratando de meu estilo de escrita, é único e busca seu espaço dentre tantas obras que ai está.
NP: Em seu novo livro, a cidade também é retratada da mesma forma que em O julgamento do Dr. Santiago?
Everton: A Capital é a cidade onde se passam todos os meus livros. Ela é sempre retrata da mesma forma, como cenário para as tramas (suspense/thriller/noir). É como se fosse minha Basin City da série QH Sin City. É também, por ser chamada de Capital, pode servir como situação para todos os leitores, que de alguma forma, vivem ou conhecem as capitais de seus Estados.
NP: Sua obra parece ser marcada por um hibridismo de gêneros e temáticas. Você poderia dizer que o seu público segue a mesma linha? É um público heterogêneo, que abarca desde o adolescente até o adulto?
Everton: Sim. Meus livros, geralmente são enquadrados em muitos gêneros ao mesmo tempo e com meus leitores não é diferente. Tenho leitores adolescentes, adultos, mas já fiquei sabendo de uma leitora de 70 anos que leu o O Julgamento do Dr. Santiago e adorou, sem contar que, absolutamente, todos os gêneros leem meu livro, pois se sentem representados e participantes de uma história que aborda assuntos polêmicos e reais.
NP: Em termos de mercado editorial, qual é o panorama atual para que um escritor independente consiga publicar um livro?
Everton: Publicar um livro nos dias de hoje é fácil, está cheio de editoras, redes sociais, comunidades de leituras para ajudar, mas o que alerto aos escritores que assim pretender seguir é tratar seu livro como produto, entendendo que ele precisa de muito acerto, revisão profissional, capa profissional, etc.
Falando sobre minhas experiências, meu primeiro livro, O Julgamento do Dr. Santiago, sua primeira tiragem foi “independente”, o que não impossibilitou em nada sua distribuição e venda, pois, gastei muita sola de sapato andando por Porto Alegre, falando com o pessoal das livrarias para vender meus livros em consumação. Foi ótimo para aprender como funcionava o mercado livreiro e conhecer o pessoal da livraria, e o mais importante, os consumidores finais do meu livro. Contudo, sempre foi um tanto trabalhoso essa correria.
O panorama é bom para quem corre atrás, coloca a cara, fala com as pessoas, trata todos com carinho, demostra seu valor e leva a sério o que se propõe a fazer. Ainda assim, hoje, mesmo sem precisar “correr atrás”, acredito que o mercado editorial é terra para quer trabalha, por isso, sempre é possível, visitar uma livraria, trocar ideias com leitores, levar a obra para lugares desconhecidos.
NP: Para concluir, gostaríamos que você falasse sobre algum aspecto importante de sua carreira, obra, não mencionado durante a entrevista.
Everton: Sobre minha carreira, tenho alguns projetos para o futuro, outro livro, com uma proposta diferente será novidade em breve, ele virá com ilustrações, seu título “A Ordem Anárquica do Relojoeiro”, sem contar com a sequência do próprio Assassinos de Anúbis, que terá título de Reconstrução na segunda parte, e fechará com Contra Cavaleiros. E claro, a Segunda Edição do O Julgamento do Dr. Santiago, com nova capa e prólogo.
Possível que estreie minha peça ainda em 2018, intitulada “Conte-me sobre a Capital”, com apresentações em vários teatros de Porto Alegre. Agradeço a oportunidade. Desejo bons suspense a todos.