Quem imaginava que o Red Hot Chili Peppers entraria em um longo hiato após 2018 estava enganado. A banda californiana encerrou a quarta noite do Rock in Rio, na última quinta-feira (3), com um show apático e um repertório pouco inspirado.
O início da apresentação foi promissor, com uma sequência de “Can’t Stop“, “The Zephyr Song” e “Dark Necessities“. No entanto, a energia tanto da plateia quanto da escolha de músicas diminuiu consideravelmente.
Diferentemente de 2017, o Red Hot Chili Peppers não se entregou a muitas improvisações, mas também não interagiu significativamente com o público. Anthony Kiedis e Flea preferiram trocar poucas palavras entre si, achando isso maravilhoso.
A banda prestou homenagem ao aniversariante Josh Klinghoffer, tocando pela primeira vez a música “Sikamikanico“, um lado B gravado durante as sessões do álbum ‘Blood Sugar Sex Magik’. Outras canções consideradas lados B, como “Aeroplane” e “The Power of Equality“, também fizeram parte do setlist.
No entanto, para a decepção dos fãs, algumas das principais músicas do repertório foram deixadas de fora, como “Otherside“, “Under The Bridge” e “Snow (Hey Oh)“. Esquecer os hits foi um ponto crítico para uma apresentação de festival, já que essas músicas são essenciais para a expectativa do público.
Um momento destacado foi o cover de “Just What I Needed“, do The Cars, em homenagem a Ric Ocasek, que faleceu no mês anterior aos 75 anos. Além disso, houve outros dois covers: “I Wanna Be Your Dog” (The Stooges), misturada com “Right on Time“, e “What Is Soul?” (Funkadelic).
O público só voltou a se envolver verdadeiramente durante “Californication“, um dos maiores sucessos da banda, e “By the Way“, talvez a melhor música do Red Hot neste século.
Após uma breve saída para o bis, a banda retornou ao palco e apresentou suas duas últimas músicas. A primeira foi “Goodbye Angels“, terceira faixa do álbum ‘The Getaway’ no repertório, e encerrou com “Give It Away“.
As 100 mil pessoas que permaneceram até a madrugada de sexta-feira (5) mereciam um show mais empolgante, especialmente depois de terem assistido às excelentes apresentações de Nile Rodgers e Panic! At the Disco. Infelizmente, a banda parecia mais interessada em ir embora do que em oferecer uma performance memorável.