O cantor e compositor Zeca Baleiro lançou nesta sexta-feira (10), o álbum “Canções d’Além-Mar“, projeto em que homenageia autores portugueses como Sérgio Godinho, Pedro Abrunhosa, Fausto, Zeca Afonso, Rui Veloso e Carlos Tê, Jorge Palma, António Variações, Ornatos Violeta, Vitorino, João Gil e João Monge, ou ainda José Cid.
Longa é a história de amor entre Zeca Baleiro e Portugal. Em 1999, no projeto “Navegar é Preciso”, um encontro entre artistas brasileiros e portugueses em São Paulo, Zeca dividiu o palco com Pedro Abrunhosa – o primeiro artista português com quem partilhou o palco. Desde 2000, Baleiro tem realizado bem-sucedidos espetáculos em Portugal, em temporadas regulares. Em 2001, a convite de Sérgio Godinho se apresentou pela primeira vez para um grande público em Portugal, na Festa do Avante. E foi Jorge Palma, o compositor português que primeiro gravou em disco. Em 2006 registrou “Frágil” como faixa-bônus para o álbum “Baladas do Asfalto e Outros Blues”, lançado em Portugal. A gravação o aproximou de Palma, a ponto de dividirem o palco no Rock in Rio Lisboa 2010.
Agora chega-nos uma carta de amor de Zeca Baleiro a autores portugueses. Em suas palavras “não é uma antologia, mas um recorte afetivo do cancioneiro português feito por um músico brasileiro, uma homenagem sincera e apaixonada”, conta Zeca.
Em janeiro deste ano, Zeca anunciou o lançamento do álbum com o single “Às Vezes o Amor“, uma canção de Sérgio Godinho que mereceu rasgados elogios do cantautor português, que descreveu esta versão como “uma apropriação genial do cantautor brasileiro”.
“Canções d’Além-Mar” conta com 11 faixas e a colaboração de músicos brasileiros e portugueses, além da orquestra de cordas St. Petersburg Studio Orchestra. De Portugal, participam do álbum Manuel Paulo Felgueiras, piano em “Balada de Outono“; Pedro Joia, violão em “Razão de Ser (E Valer a Pena)“; e Nathanael Sousa, acordeon em “Menina, Estás à Janela“.
Desde os anos 80, Baleiro acompanha com atenção a música mais contemporânea produzida em Portugal. A escolha do repertório para o álbum não foi tarefa fácil. “Este disco é uma declaração de amor à música feita em Portugal, com ênfase na produção das últimas décadas. É parcial como todo tributo”, comenta Baleiro, que vem acalentando esse projeto há alguns anos. “É preciso frisar que fui obrigado a deixar de fora alguns artistas que muito admiro, como José Mário Branco, Luís Represas, Clã, Trovante, Mafalda Veiga, Deolinda, Xutos e Pontapés, Rádio Macau e outros mais, do contrário não seria um álbum, mas uma enciclopédia da música portuguesa”, finaliza.
Ouça o álbum: