A primeira edição do Festival Violas ao Sul reúne os principais violeiros do Rio Grande do Sul para ressaltar as possibilidades do instrumento e sua influência na formação cultural de partes variadas do Brasil e do mundo. Os bate-papos e apresentações ganham transmissão virtual e acontecem de sexta a terça-feira (24 a 28) e de quarta a sexta-feira (29 a 31), respectivamente, com repertório eclético passando por canções autorais e clássicas do cancioneiro gaúcho e brasileiro, além da música contemporânea.
Os idealizadores do encontro são os compositores Angelo Primon, Mário Tressoldi, Oly Jr e Valdir Verona, e os quatro fazem parte do grupo homônimo Violas ao Sul. Na utilização da viola, Primon associa elementos mouros, Tressoldi explora a música litorânea, Oly Jr destaca a sonoridade do blues, e Verona mostra a canção gaúcha serrana.
De acordo com o quarteto, a relevância da viola também se aplica na ligação entre tradição e contemporaneidade e no elo entre o interior e os grandes centros urbanos. “Além da participação do grupo, os encontros e shows vão contar com Álvaro RosaCosta, Carlinhos Weiss, Cris Maya e Léo Dias, Leandro Costa e Sidnei De Oliveira entre os violeiros convidados”, afirma Tressoldi.
A programação dos shows (abaixo) é composta por dez apresentações com duração de 30 minutos cada, exceto o encerramento que tem duração em torno de dez minutos. A transmissão ocorre pelo youtube e facebook de cada violeiro participante, além das redes sociais do grupo Violas ao Sul e da Fundação Ecarta, que é apoiadora do festival.
Programação dos shows:
Quarta-feira (29)
19h – Valdir Verona19h30 – Leandro Costa20h – Cris Maya e Léo Dias
Quinta-feira (30)
19h – Mário Tressoldi
19h30 – Angelo Primon
20h – Carlinhos Weiss
Sexta-feira (31)
19h – Oly Jr
19h30 – Sidnei De Oliveira
20h – Álvaro RosaCosta
20h30 – Grupo Violas ao Sul (encerramento)
Programação paralela: Nos dias que antecedem os shows, acontecem conversas relativas à presença da viola na música gaúcha e a trajetória de cada violeiro. Os idealizadores vão promover bate-papos com os violeiros convidados, de sexta a terça-feira (24 a 28), às 19h, na página do Violas ao Sul no facebook ( www.facebook.com/violasaosul).
Sexta-feira (24)
Valdir Verona e Sidnei de Oliveira
Sábado (25)
Mário Tressoldi e Leandro Costa
Domingo (26)
Oly Jr e Carlinhos Weiss
Segunda-feira (27)
Angelo Primon e Álvaro RosaCosta
Terça-feira (28)
Valdir Verona e a dupla Cris Maya e Léo Dias
Um pouco mais sobre os dez violeiros:
Angelo Primon – tem 31 anos de carreira e atua também como produtor. Além do Brasil, se apresentou com artistas do Uruguai e conquistou várias distinções no Prêmio Açorianos. Pesquisa as sonoridades orientais e populares da viola de dez cordas, além da viola de cocho, oud árabe e sitar indiano.
Álvaro RosaCosta – teve o primeiro contato com a viola caipira em 2009, ano que produziu e arranjou o espetáculo Xaxados e Perdidos. Há 30 anos atua em composição sonora para teatro e ganhou seis distinções no Prêmio Açorianos e quatro no Prêmio Tibicuera.
Carlinhos Weiss – atua também como intérprete, produtor, além de técnico de gravação e de engenharia de som. É fundador e presidente do Instituto Ecovox. Em 2017 ganhou distinção de melhor instrumentista tocando viola caipira na categoria pop rock, do Prêmio Açorianos.
Cris Maya & Léo Dias – dupla composta por pai e filha que explora o estilo sertanejo raiz e a música regional gaúcha. Trabalham com músicas autorais e clássicos do cenário popular que renderam a conquista de premiações.
Leandro Costa – reside em Portugal e soma mais de 20 anos no cenário musical com raízes sul rio-grandenses. Trabalha o estilo contemporâneo mesclado ao som da viola de dez cordas. Tem cinco álbuns lançados e no Brasil percorreu com a viola o Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
Mário Tressoldi – é professor, arranjador, produtor musical e pesquisador da cultura do litoral norte do RS. Integra o grupo Chão de Areia e é considerado um dos músicos mais ativos e premiados nos festivais de música popular do Brasil.
Oly Jr – reconhecido como um dos músicos mais atuantes da cena blues do Brasil. É cantautor há 22 anos e tem 13 discos lançados. Conquistou quatro distinções no Prêmio Açorianos e participou de festivais brasileiros e internacionais de blues, além de coletâneas do gênero. Funde milonga com blues e explora a técnica do slide.
Sidnei De Oliveira – é doutor em Filosofia da Música e está no doutorado de Música pela Unesp (SP). Vencedor de diversos prêmios e festivais nas categorias composição e instrumentista. Gravou os álbuns Prólogo (Funarte-2010) e Utopia (2018), sendo este último com músicas compostas durante parte do doutorado realizado na Alemanha.
Valdir Verona – desenvolve um trabalho de resgate da viola na música do sul do Brasil em apresentações, recitais, shows, composições, gravações, edições de partituras, aulas e oficinas. Tem uma série de discos solo e em parceria lançados e é autor de projetos didáticos voltados à viola brasileira e ao violão.
Por: Renatha Morés