Sétimo Sentido é uma das faixas do novo trabalho de Dona Conceição, o EP Amor e Água, que será lançado em formato de clipe no dia 27 de janeiro, quarta-feira, no canal do artista no youtube. Gravado em Alvorada/RS, com elenco majoritariamente da cidade, apresenta a estética de um fashion filme.
Explorando outras características, Dona Conceição mostra, nesse trabalho, sua versatilidade estética através do vídeo e da música, dirigido pelo artista em parceria com o guitarrista e arranjador João Pedro Cé, na música, e do produtor audiovisual Luís Ferreirah no videoclipe. Conta com as participações do cantor e compositor Bruno Amaral e da cantora Victória Cristina, com composição assinada por Dona Conceição, Luís Ferreirah e Bruno Amaral.
“Sétimo Sentido” fala sobre afetividade na sua grandeza e simplicidade, esse apanhado de sensações gravadas em toda pessoa, que, nessa obra, se dá pelo olhar de um homem negro; a construção da narrativa do afeto, desejo, amor, historicamente negadas a negros e negras”, define Dona Conceição. – Quero falar sobre isso e reconstruir um imaginário que dê conta de curar essas marcas. É sobre isso que trata o ‘Sétimo Sentido’. Temos o direito de amar livremente, ressalta.
Esse trabalho é fruto do edital Tem Preto No Sul, ganhador do Natura Musical de 2019, que selecionou três músicos negros do Rio Grande do Sul, os quais receberam uma residência artística, oficinas de produção musical, composição e expressão corporal. Além da gravação em estúdio profissional de um EP de três faixas para cada artista, o projeto incluiu ensaio fotográfico, diagramação das capas, impressão e prensagem de 200 cópias de cada EP, com o objetivo de profissionalizar e valorizar os artistas negros do Rio Grande do Sul.
Sobre Dona Conceição
Natural de Alvorada, cidade periférica, localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre-RS, Dona Conceição, é um artista que resiste e denuncia o racismo e o genocídio da juventude negra por meio da arte. É cantor, percussionista, compositor, poeta e cineasta. Suas múltiplas facetas são atreladas ao fato de que jovens e negros no Brasil ainda precisam mostrar do que são capazes. E não é nada fácil para um jovem periférico sobreviver e ainda conseguir realizar seus sonhos.
Com apenas 15 anos, ele idealizou o projeto de inclusão social Nação Periférica, que ensinava percussão aos jovens da periferia. Na contramão das estatísticas, ele contabiliza em seu passaporte carimbos da Europa e da América Central, lugares que outros jovens de sua idade e da mesma origem não tiveram oportunidade de frequentar. Acumula prêmios como o Troféu João Cândido – SEPPIR/PR (2013), Iº Prêmio da Diversidade Cultural do RS – SEDAC/RS (2014), Prêmio Carolina Maria de Jesus, promovido pela FLUP 2018 – Festa Literária das Periferias – RJ e foi finalista no Prêmio Profissionais da Música 2019 (categorias cantor e autor).
Em 2018, após dois anos de trabalho, o artista terminou de gravar Asè de Fala, álbum autoral e independente, do qual assina a direção musical, com participação do músico Pedro Dom em três faixas. O artista também fez a produção musical em parceria com o músico Wagner Lagemann. Durante o processo de criação e gravação do disco, viajou por três países e teve diversas participações artísticas brasileiras e duas ocorreu em Porto Alegre, no dia 07 de novembro de 2018, no Salão de Atos da Ufrgs, na 8ª edição do Projeto Som do Salão.
Por: Silvia Abreu