Projeto “Dance a Diversidade” estreia em 17 de maio

Com estreia agendada para 17 de maio, a Macarenando apresenta ao público seu mais recente projeto, Dance a Diversidade, uma série de 21 vídeos criados a partir de um desdobramento da pesquisa e do trabalho da companhia com o procedimento Dance a Letra, que já deu origem a diversos espetáculos e obras em vídeo.

Dance a Diversidade traz a temática LGBTQIA+ através de uma seleção de músicas de diversos estilos e épocas, tanto da MPB quanto de artistas internacionais, com canções de artistas como Johnny Hooker, Adriana Calcanhoto, Nei Matogrosso, Lulu Santos, Vitor Kley, entre outros. O projeto é vencedor do Edital de Criação e Formação – Diversidade das Culturas da Lei Aldir Blanc no estado do RS.

Dance a Diversidade se propõe a focar, dar visibilidade e investir no potencial de criação de novos sentidos para temas que envolvam o universo LGBTQIA+, realizada por artistas pertencentes a essa parcela da população. O projeto contém em seu título uma cacofonia, podendo ser lido como ‘Dance Adversidade’ – o que não é à toa. Temos muito a dizer, refletir e dançar a respeito dos desafios e adversidades que se impõe à população LGBTQIA+ e aos artistas em nossa sociedade – somam-se a isso os obstáculos do fazer cultural e artístico provocados pela pandemia do COVID-19. No ano em que a Macarenando completa oito anos de trajetória, contemplamos uma história de lutas e de busca pela sobrevivência pela arte, em um grupo majoritariamente composto por pessoas LGBTQIA+ e mulheres. Isso significa permitir que a voz da diversidade se efetive dentro de poéticas videocoreográficas com alcance e projeção dentro da sociedade do RS, fomentando processos de reflexão e de identificação com o público, em especial com o público LGBTQIA+”, declara um dos diretores do grupoGui Malgarizi.

As reflexões propostas no projeto não são novas para o grupo, que tem se debruçado sobre temas, conceitos e procedimentos relativos à diversidade de corpos dançantes em toda a sua obra. Isso se exemplifica pela composição da equipe, formada por bailarinos e bailarinas que não se identificam com o padrão estético-corporal único tradicionalmente empregado pela dança: há corpos magros e gordos; jovens e maduros; masculinos, femininos e o que há entre esses espectros. Também não é novidade para o grupo a utilização de plataformas digitais para a realização do projeto. A Macarenando vem, desde 2017, pesquisando e operando nas redes online, tanto para criar arte quanto para se relacionar com o seu público e fomentar novos. Respaldam tais ações a experiência do diretor Diego Mac sobre as relações entre Dança e Tecnologia, que pesquisa sobre o tema desde 2006, passando por um mestrado em Poéticas Visuais (UFRGS) com dissertação acerca de processos de criação entre vídeo e dança.

A dupla de diretores, formada por Diego Mac e Gui Malgarizi, lançou uma regra desafiante à equipe de criação: os gestos a serem utilizados para atribuir às palavras das letras das músicas deveriam ser obrigatoriamente escolhidos de uma única e mesma Coleção de Gestos, composta por 30 itens. Os itens gestuais foram criados e colecionados a partir dos títulos das cenas do primeiro espetáculo original da Macarenando: 100 Formas para o Amor (2014), tornando “o amor sem formas” uma premissa temática para abordar o universo LGBTQIA+.

De acordo com Mac, “Dance a Letra é um procedimento de criação desenvolvido pela Macarenando que consiste em atribuir gestos literais para letras de músicas brasileiras. Para esse projeto, as músicas serão escolhidas de acordo com seu potencial de criação de novos sentidos para temas que envolvam o universo LGBTQIA+. Mas é importante frisar que o trabalho não se propõe a colocar em cena uma visão biográfica, histórica, política, educadora ou sociorealista sobre o tema. Trata-se, antes de tudo, de apresentar o que a dança que fazemos diz e reflete sobre corpos, sexualidades, gêneros, transformações, representações, diversidades e amores. Essa empreitada coloca-nos, sem dúvida, num estado de pesquisa sobre o procedimento Dance a Letra, aprofundando e revelando novas possibilidades para o seu uso e aplicação em um contexto de criação coreográfica.”

Os bailarinos ensaiaram e gravaram suas performances cada um de sua casa. Todo o processo foi realizado remotamente, com duração de sete semanas entre ensaios, gravações e edição do material. Com orientação coreográfica de June Machado, será possível conferir diariamente nas redes da Macarenando no YouTube, Facebook e Instagram performances dos bailarinos Aline Karpinski Dias, Arthur Bonfanti, Chiarah Cohén, Daniela Aquino, Dani Dutra, Dani Boff, Denis Gosch, Diego Mac, Eduardo Richa, Freda Corteze, Giulia Baptista Vieira, Juliana Rutkowski e Nilton Gaffree Jr.

Encerrando a programação, o grupo promove uma masterclass gratuita no dia 12 de junho, destinada a artistas LGBTQIA+ do Rio Grande do Sul, com a participação da equipe Macarenando e mediação da Professora Drª. Luciane Coccaro (UFRJ). A atividade, intitulada COMO ESSE VÍDEO DANÇA? Ferramentas para a criação de dança para telas, tem como objetivo proporcionar o compartilhamento e reflexão a respeito dos procedimentos e técnicas de criação artística utilizadas no projeto. O encontro ocorre das 14h às 17h pela plataforma Zoom e as inscrições estão abertas através do link http://bit.ly/masterclassdanceadiversidade

Mais informações: https://www.facebook.com/macarenando | https://www.instagram.com/macarenandodanceconcept/

Dance a Diversidade

A partir de 17 de maio, diariamente, nas redes da Macarenando

Canções que integram as performances:

·         Under Pressure (instrumental)

·         Pau, Perereca e Cu (cantado por Harmonia do Sampler)

·         Escandalizar (cantado por Johnny Hooker)

·         Como 2 e 2 (cantado por Ney Matogrosso)

·         Tato (cantado por Arnaldo Antunes)

·         Homem (cantado por Alice Caymmi)

·         Pelo Amor De Deus (cantado por Alice Caymmi)

·         Corpo Fechado (cantado por Johnny Hooker)

·         Lizete (cantado por Na Ozetti)

·         Você Me Pergunta (cantado por Adriana Cacanhotto e Rubel)

·         Touro (cantado por Johnny Hooker)

·         Antes De Tudo (cantado por Alice Caymmi)

·         Que Estrago (cantado por Letrux)

·         Lamento (cantado por Caio Prado)

·         Bastidores (cantado por Cauby Peixoto)

·         A Mulher Barbada (cantado por Adriana Cacanhotto)

·         Era Pra Ser (cantado por Adriana Cacanhotto)

·         Velhos E Jovens (cantado por Adriana Cacanhotto)

·         A Cura (cantado por Lulu Santos e Vitor Kley)

·         Amor Meu Grande Amor (cantado por Angela Ro Ro)

·         Esse Cara (cantado por Cazuza)

Masterclass COMO ESSE VÍDEO DANÇA? Ferramentas para a criação de dança para telas – 12 de junho, das 14h às 17h, pelo Zoom. Inscrições – http://bit.ly/masterclassdanceadiversidade

FICHA TÉCNICA

Direção: Diego Mac e Gui Malgarizi

Bailarinos: Aline Karpinski Dias, Arthur Bonfanti, Chiarah Cohén, Daniela Aquino, Dani Dutra, Dani Boff, Denis Gosch, Diego Mac, Eduardo Richa, Freda Corteze, Giulia Baptista Vieira, Juliana Rutkowski e Nilton Gaffree Jr.

Orientação coreográfica: June Machado

Videocoreografia: Diego Mac

Participação especial: Jack Garcia (vídeo “Antes de Tudo”)

Mediação da Masterclass: Luciane Coccaro

Produção: Sandra Santos e Arthur Bonfanti

Por: Silvia Abreu