Na noite desta quinta-feira (17), a baianíssima Pitty reencontrou seu público gaúcho após dois anos e meio sem fazer shows em Porto Alegre. A apresentação da turnê ‘Matriz 3.0′ (uma evolução das turnês ‘Matriz’, de 2018 e ‘Matriz 2.0′, de 2019), lotou os mais de 4.000 lugares do Auditório Araújo Vianna. Em uma hora e meia de show foram executadas 19 canções, todos os hits, homenagens e músicas inéditas lançadas durante a pandemia.
Com um atraso de 40 minutos, Pitty adentra o palco após um vídeo de introdução com um clipe de “Bicho Solto” rodar no telão e começa com “Ninguém é de Ninguém”, canção do álbum ‘Matriz’, de 2019 (tour que passou pelo Pepsi on Stage naquele ano). Na sequência veio o primeiro grande clássico do álbum de estreia: “Admirável Chip Novo” (2003). Álbum que teve cinco músicas no poderoso setlist. “Setevidas”, faixa-título do quarto álbum de Pitty, antecedeu duas canções de ‘Anacrônico’ (2005): “Memórias”, “Déjà Vu”, e finalizou este ‘primeiro ato’ com “Te Conecta” (Matriz, 2019). “Na Sua Estante” (2005) trouxe um momento mais íntimo entre plateia e artista. Nisto ela sai do palco para rodar uma bela homenagem em vídeo para a eterna Elza Soares e volta para o dueto das duas em “Na Pele”, single lançado em 2017.
Por diversas vezes a artista saudou os porto-alegrenses. E a expectativa era para as falas políticas que pudessem ter durante o show. Mas foi apenas uma, quando a plateia clamou pelo “Fora Bolsonaro” e Pitty logo respondeu: ‘Neste ano vocês vão corrigir este erro, não é!?’, no que a plateia urrou e aplaudiu em aprovação.
Partindo para a segunda parte do show ela trouxe duas músicas inéditas nos palcos de Porto Alegre: o single lançado ano passado, “Tempo de Brincar” e a parceria com Drik Barbosa em “Diamante”, incluída no EP ‘Casulo’, lançado em 2022. Nesta mesma sequência entrou “Semana que Vem” e “Teto de Vidro”, de 2003.
E antes de partir para a finaleira do show ela manda “Roda”, grande sucesso em parceria com o BaianaSystem e “Redimir”, ambos do disco ‘Matriz’. E pra fechar a noite com chave de ouro veio “Pulsos” ({Des}Concerto ao Vivo, 2007), “Me Adora” (Chiaroscuro, 2009) e Máscara (2003).
Quando chegava ao final de “Máscara” um estouro no som deixou a cantora sem microfone e o encerramento da música foi feito apenas com a plateia cantando em uníssono e à capela, gerando uma linda cena após um momento de tensão diante de um problema técnico. E em nada o incidente ofusca o esplendor que foi a apresentação da cantora baiana.
Em poucos minutos ela retorna para o bis, já com o sistema de som restabelecido e manda “Equalize” (2003) e “Serpente” (2014), fechando uma noite inesquecível em sua estreia no palco do Araújo Vianna. E isto estava visível nos rostos dos fãs enquanto saíam do auditório com seus largos sorrisos de satisfação e felicidade.