A vida, seus ciclos e todas as suas transformações já foram explicadas de muitas maneiras. A Teoria dos Setênios busca argumentar que, a cada sete anos, a vida passa por transformações significativas. Sua ideia principal é muito embasada na Antroposofia, um estudo do “conhecimento do ser humano” e de todas as múltiplas questões que envolvem sua existência. Todo esse universo está presente em “Setênios“, primeiro disco solo do pianista Marcelo Vaz lançado nesta semana em todas as plataformas musicais.
Natural de São José do Norte, extremo sul do Rio Grande do Sul, e com uma carreira repleta de trabalhos na cena, o músico, que também integra o trio Kiai Grupo, buscou trazer suas vivências, seus estudos sobre o universo e o seu entendimento sobre o assunto para este lançamento – “Concebido de forma improvisada, o disco nasceu no início de um momento importantíssimo da minha vida e seu nome acaba gerando curiosidade em muitas pessoas, o que acaba incentivando-as entenderem e terem uma visão mais antroposófica da vida“, explicou o artista.
O processo de concepção e gravação de “Setênios” também ocorreu de forma diferente e bem peculiar. As peças, inicialmente, não seriam nem gravadas e, muito menos, havia a intenção de serem transformadas em um disco. O que começou com a passagem de som em um piano restaurado no Coletivo da Pedra Redonda, fazendo pequenos testes acústicos com uma microfonação ousada, acabou assumindo um novo caminho e tomando forma. Das seis peças tocadas, apenas uma – “A Rotina” – tinha uma estrutura encaminhada, segundo Marcelo – “As outras nunca mais executarei igual pois foram totalmente concebidas no ato do momento artístico“, comentou. Outra curiosidade do processo é sobre os nomes das peças, que vieram somente depois de ouví-las e interligá-las a acontecimentos significativos em sua vida.
O músico, arranjador e compositor Arthur de Faria recebeu o disco diretamente de Marcelo para uma apreciação e, segundo ele, foi bastante impactante, como ele mesmo contou:
“Quando o Marcelo me mandou esse disco todo improvisado, não foi surpresa escutar cada beleza que tem aqui, fugindo dos clichês (que eu acho) aborrecidíssimos do “piano jazz”, e abraçando um tipo de improvisação livre que eu especialmente amo: a que te leva pra passear. Não necessariamente pelo caos, mas tampouco por caminhos já trilhados à exaustão. E acho que esse disco é isso, como os melhores discos de música improvisada que eu conheço: um passeio por caminhos que a gente vai descobrindo juntos, em rara sintonia de autor, intérprete e ouvinte”.
Do trabalho com a Kiai Grupo, trio que é um dos fundadores, Marcelo diz que trouxe a liberdade de criar para “Setênios”. Segundo ele, os dois trabalhos se complementam pois sente a mesma liberdade para criar. O músico explica também que o que muda um pouco entre os projetos é o instrumento – “Na Kiai, uso teclado/sinth. Já “Setênios” nasceu ao piano e se materializou de uma forma que só ao piano posso querer tentar ousar tocar as peças”.
“Setênios” foi gravado durante uma madrugada no estúdio do Coletivo Pedra Redonda. As composições são todas autorais e totalizam cinco peças – Emblemática, Rotina, Setênios, Baiãozito e Bálsamos. A gravação, a mixagem e a masterização são de Wagner Lagemann; a distribuição fonográfica de Pedro Borghetti; a fotografia de Vinícius Angeli; as ilustrações de Larissa Kras e o projeto gráfico de Vitória Proença. O lançamento oficial acontece pelo selo Pedra Redonda.
SERVIÇO:
Músico Marcelo Vaz lança “Setênios”
Pianista e fundador do Kiai Grupo lança seu primeiro disco solo
Quando: 07 de março de 2023
Onde: Plataformas musicais
Foto: Vinícius Angeli
Assessoria de imprensa: Patuá Conteúdo Criativo
Sobre o artista
Marcelo Vaz é natural de São José do Norte (RS), mas reside e trabalha na cena artístico musical e educacional na cidade de Rio Grande (RS) a mais de 15 anos.
Apaixonado pela música desde a infância, iniciou sua trajetória aos 10 anos de idade na banda escolar, onde, além de executar diversos instrumentos, atuou como instrutor e desenvolveu habilidades de multi-instrumentista e arranjador. A partir dos 14 anos de idade atuou como tecladista em conjuntos de baile, o que considera que contribuiu significativamente para seu desenvolvimento inicial e desde sempre teve dedicação e amor pelo universo do som. Em 2018 completou 20 anos de carreira com o show PIANO SOLO, e atualmente, segue apaixonadamente os caminhos da música, participando de projetos coletivos e estudando continuamente, lecionando, ministrando cursos (inclusive online) enquanto elabora, paralelamente, dois discos próprios: um solo e outro acompanhado por banda. É licenciado em música pela UFPel (2011) e Pós-Graduado em “Metodologia das artes” pela Uninter (2014) e Pós-Graduação em “Cantoterapia” pela Unyleya. Já se apresentou ao lado de nomes renomados como Edu Martins (baixo), Ney Conceição (baixo) e Ary Piassarolo (guitarra), todos conhecidos por arranjar e acompanhar diversos artistas da Música Brasileira.
Marcelo é integrante-fundador do Kiai Grupo, trio de música instrumental que em suas performances mostra o quanto a música pode ser transformadora, despertar diferentes sensações, além de impulsionar uma profunda troca com o outro e consigo mesmo. A identidade musical do grupo que pode ser percebida nos álbuns Além (2018), Costuras que me bordam marcas na pele com Paola Kirst (2018), JazzKilla com o rapper Zudizilla (2019) e Kiai II (2020), o trabalho mais recente do trio lançado pelo selo Pedra Redonda.
Atua no cenário musical produzindo muitos artistas com seus arranjos e ajudando a construir um mundo melhor através da educação musical. Ministra aulas de harmonia, improvisação, teoria musical e de instrumentos piano/teclado, violão, instrumentos de metal, entre outros.
Por: Camila Sequeira