Humberto Gessinger celebra 20 anos dos acústicos dos Engenheiros do Hawaii em duas noites lotadas no Araújo Vianna

Que Humberto Gessinger é prata da casa, todo mundo sabe. Para ganhar a plateia, ele não precisa de muito esforço, pois conta com um dos públicos mais fiéis do rock nacional. Isso ficou evidente neste sábado e domingo, dias 11 e 12, no Auditório Araújo Vianna. Ainda mais com duas celebrações especiais na bagagem: os 20 anos dos acústicos do Engenheiros do Hawaii e os 40 anos desde a primeira vez em que ele subiu ao palco para cantar com uma banda.

Os álbuns Acústico MTV (2004) e Novos Horizontes Ao Vivo (2007) foram a base do repertório do show, que teve cerca de 1h45min de duração e contou com 26 canções.

A estreia de Humberto nos palcos aconteceu em 11 de janeiro de 1985, no show inaugural do grupo, realizado no auditório do campus de Arquitetura da UFRGS. Na época, a banda ainda era um quarteto, até a saída de Carlos Stein e a consolidação do formato definitivo como trio.

Dois auditórios Araújo Vianna abarrotados de fãs fervorosos celebraram a trajetória do estudante de Arquitetura que se tornou o principal “engenheiro” de uma das maiores e mais cultuadas bandas do rock brasileiro. Acompanhado por Felipe Rotta, Rafa Bisogno, Paulinho Goulart e Fernando Peters, Humberto abriu o show com o petardo O Papa é Pop e desfilou clássicos em formato acústico, incluindo versões memoráveis de Terra de Gigantes, Toda Forma de Poder e A Montanha.

A primeira interação com o público veio em Quebra-Cabeça, uma das nove músicas inéditas incluídas na gravação do DVD Novos Horizontes. Pouco trabalhadas na época, Humberto revelou o desejo de relançá-las em um futuro álbum.

Ao teclado, foram executadas Somos Quem Podemos Ser, Piano Bar e Novos Horizontes, cantadas a plenos pulmões pela plateia. Antes da reta final, Humberto relembrou o dia exato em que estreou nos palcos em 1985, mencionando o quarteto que, originalmente, seria apenas para um único show. Duas canções do setlist não constavam em nenhum dos registros ao vivo anteriores: Da Fé e Eu Que Não Amo Você.

O show se encerrou com 3×4, Vida Real, Armas Químicas e Poemas e a clássica Era um Garoto…. No bis, versões encurtadas de Refrão de Bolero e Pra Ser Sincero foram apresentadas com o acordeão de Paulinho Goulart. A banda completa retornou para fechar a noite com uma versão desacelerada de Infinita Highway.

Embora seja difícil compilar dois álbuns em um único show, algumas ausências foram sentidas, como Surfando Karma e DNA, Parabólica e A Revolta dos Dândis. Ainda assim, nada tirou o brilho da apresentação nem a importância de Humberto Gessinger no palco e na vida dos quase nove mil fãs que celebraram suas quatro décadas de estrada.