A Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Museu Julio de Castilhos, abriu nesta semana a exposição “Virginia Woolf: costurando ideias”, uma homenagem aos 75 anos de morte de uma das mais notórias romancistas da literatura inglesa. A mostra inclui objetos como roupas, máquinas de costura e chapéus, “costurados” com frases de Virgínia.
Nascida em 25 de janeiro de 1882, estreou na literatura em 1915. O contato com livros surgiu muito cedo, pois seu pai, Leslie Stephen, era escritor e lhe ofereceu boa educação. Entre suas obras, Virginia publicou muitos artigos, ensaios e comentários no jornal britânico The Guardian.
A autora estava à frente do seu tempo e conseguia, pela literatura, assumir uma posição de destaque. Seus comentários, artigos e ensaios expõem as limitações que o preconceito, por ser mulher, impôs sobre sua escrita. Poucas mulheres tinham acesso à educação entre os séculos XIX e XX. As que não pertenciam à classe média precisavam trabalhar, muitas vezes, nas grandes fábricas para sobreviver. Entretanto, as péssimas condições oferecidas pelas indústrias como falta de higiene, baixos salários e jornadas de 16 horas diárias, geravam insatisfação e revolta por parte das funcionárias.
Todas estas dificuldades são expostas no livro “Profissão para as mulheres e outros artigos feministas”, que reúne sete ensaios de Woolf sobre o papel da mulher na sociedade e seus desafios na conquista de direitos e de valorização.
“Este livro norteia a exposição, trazendo um pouco do cotidiano destas mulheres por meio de relatos de Virginia sobre a Cooperativa de Trabalhadoras, criada em 1880, em Londres”, explica Vanessa Becker Souza, diretora do Museu Júlio de Castilhos.
Por: Cultura RS