Galeria com influência da cultura pop inaugura em Porto Alegre

A partir de hoje, a capital gaúcha vai ganhar mais um espaço dedicado à arte. A novidade é a galeria Hipotética (Visconde do Rio Branco, 431), que passa do plano das ideias para o mundo real. O ambiente vai reunir em um mesmo endereço obras, cursos e produtos relacionados aos universos da ilustração, da fotografia e das histórias em quadrinhos. A intenção é prestigiar trabalhos que às vezes passam ao largo do campo de visão de galerias mais tradicionais.

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Os sócios Fabiano Denardin – editor da Panini Comics/Mythos Editora para o selo Vertigo – e a jornalista Iriz Medeiros, há alguns anos percebem a ascensão da dita “cultura nerd” e voltam suas atenções para as infinitas possibilidades do mundo da narrativa. A galeria nasceu justamente a partir dessa percepção de ambos, de que chegou a hora de apostar em um lugar que sirva de fronteira virtual e hipotética entre três fronts: “a imaginação do artista”, “os olhos do espectador” e “nossas paredes agora não mais em branco”.

Exposições

A Hipotética possui duas salas de exposição temporária de trabalhos autorais de artistas nacionais – impressões fine art e originais. Já na sua abertura, duas mostras com forte inscrição no conceito de cultura pop, mas extremamente distintas uma da outra, ocuparão os espaços.

Uma delas é “A cidade esquecida”, da designer Ariane Rauber. Por meio de fotografias e ilustrações, a mostra, composta por dez imagens, é inspirada em histórias reais de moradores de Porto Alegre, mas as retrata realocadas em um universo fantástico. Ariane constrói uma teia de memórias, na qual personagens fictícios são retratados com ares de nostalgia e interagem com o cenário urbano da capital gaúcha. As fotografias foram produzidas em 2014, e as ilustrações, que são inseridas como intervenções sobre as imagens originais, foram produzidas a lápis com cores digitais.

Paralelamente, acontece a mostra “A arte que não deveria ser”, do ilustrador Walter Pax. Fã do universo de H.P. Lovecraft, Pax escolheu as descrições mais marcantes de “O Chamado de Cthulhu”, “Nas Montanhas da Loucura” e outras obras lovecraftianas e deu forma às sobrenaturais criaturas da mitologia do autor norte-americano. As passagens e os desenhos compõem o recém-lançado livro bilíngue “Love – A arte que não deveria ser”. Doze das cerca de 50 ilustrações que compõem o livro fazem parte dessa exposição, além de uma ilustração inédita.

Cursos

Além das salas de exposição, a galeria oferece um espaço de cursos, onde profissionais de variados meios culturais e artísticos são convidados a compartilhar experiências e técnicas de trabalho. Com uma estrutura modular, a sala pode receber confortavelmente até 20 alunos e conta com Smart TV, projetor e WiFi. Os primeiros cursos serão divulgados nas próximas semanas no site da galeria e também no Facebook.

Livros e produtos

A Hipotética também conta com um espaço para exibição e comercialização de produtos diretamente relacionados ou que flertem com a ilustração, a fotografia e as histórias em quadrinhos. São publicações independentes e de pequenas editoras, além de postais, pôsteres impressos em papel de alta qualidade e objetos desenvolvidos por artistas convidados.

 

Por: CP