No dia 16 de maio (quarta-feira), às 19 horas, o Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi) inaugura o 1º Período Expositivo do Edital de Ocupação IEAVi na Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). As mostras são: “Azul Acidental”, do artista Pedro Lunardi, com curadoria de Pedro Bevilacqua, na Galeria Augusto Meyer; “Manifeste|se”, de Mateus Winkelmann, Dery O’hanna, Ricardo Kroeff e Juliana Vargas, no Espaço Maurício Rosenblatt, ambas no 3º andar; e “Em busca de Elliott Erwitt”, de Giordano Toldo, na Fotogaleria Virgílio Calegari, no 7º andar. As exposições ficam abertas para visitação até 17 de junho, com entrada franca.
Azul Acidental
A partir de uma coleção que abrange oito anos de fotografias analógicas, Azul Acidental é a primeira exposição individual de Pedro Lunardi. A mostra explora um mundo externo e outro interno, espelhados nos temas do não-visto, do oblíquo, do desimportante, do errado. Reflete uma obsessão com o tempo, um ímpeto de guardar, rever, entesourar: um medo de perder.
A série busca sublimar possíveis leituras de abandono e aproximar-se de um estado de apreciação e arrebatamento. A passagem do dia é recontada pela cor e sombra nas paisagens urbanas residuais, e múltiplos arcos de transformação se entrecruzam na revisitação da memória. Nascido de uma necessidade de retomar a extensa documentação, o trabalho toma corpo na descoberta de um padrão inesperado para o autor ao longo do processo — a recorrência do azul.
Manifeste|se
A exposição propõe uma reflexão com base em relatos e fotos de mulheres, mães que experenciam a luta materna diária e em contrapartida alavancar uma questão inserida no nosso contexto social: de que a mãe acaba sempre sendo a promissora da educação, do cuidado e das responsabilidades para com o progenitor.
Os manifestos trazem as realidades dessas mães, que passam por esses e outros enfrentamentos cotidianos. Elas aceitaram dar voz aos seus sentimentos mais íntimos, às dificuldades e aos prazeres. O desabafo é em forma de protesto, criando um suspiro de realidade em que as mães passam a ter depois de vivenciar essa rotina sem a presença do pai no convívio familiar ou com uma presença ineficaz, já enraizada na maioria das famílias brasileiras.
Em busca de Elliott Erwitt
Um encontro casual com um livro de fotografias acontece logo na chegada durante uma viagem à Nova Iorque. Em suas páginas há imagens vibrantes, bem humoradas e em preto-e-branco realizadas pelo fotógrafo Elliott Erwitt. O descobrimento deste livro faz despertar um interesse por olhar a ilha de Manhattan conforme aquelas imagens, como se a máquina fotográfica fosse a ferramenta capaz de nos fazer voltar no tempo em busca de imagens antigas e de um passado desconhecido.
A exposição encara esta premissa de um olhar condicionado por imagens, que percebe no cenário urbano de Nova Iorque uma forma de resgate do tempo, com ares de nostalgia. As imagens feitas por Elliott Erwitt encontram, nos dias de hoje, uma rima visual, um diálogo entre o presente o passado e as redundâncias da cidade. O ato de olhar está posto em questão: a maneira como olhamos não refletiria um conjunto de imagens vivo em nosso imaginário?
A obra se estende em três partes interligadas: além das fotografias e do livro, há uma narração da viagem, escrita de maneira saudosa para um amigo de infância, que o tempo ajudou a distanciar. A narrativa amarra os encontros entre as imagens em um nó tensionado pela palavra. Os três vértices componentes da exposição se encontram para formar um triângulo, que aponta para uma reflexão subjetiva do poder das imagens na nossa forma de se relacionar com o tempo e o espaço.
SERVIÇO
Abertura de Exposições – 1º Período Expositivo – Edital de Ocupação IEAVi.
Quando: 16 de maio | Quarta-feira.
Horário: 19h.
Local: Instituto Estadual de Artes Visuais – 3° e 7º andares da CCMQ (Rua dos Andradas, 736).
Visitação: de 17 de maio a 17 de junho.
Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h.
Entrada franca e aberta ao público.
Mostras: Azul Acidental, na Galeria Augusto Meyer, 3º andar da CCMQ; Manifeste|se, no Espaço Maurício Rosenblatt, 3º andar da CCMQ; Em busca de Elliott Erwitt, na Fotogaleria Virgílio Calegari, 7º andar da CCMQ.
Fonte: Roberta Amaral/CCMQ07