Calor e clássicos do rock marcam o Rock Ao Vivo em Porto Alegre

Fotos: Tony Capellão

Porto Alegre recebeu nesta última terça-feira (1°), um encontro inédito entre três grandes bandas do rock. Scorpions, Whitesnake e Helloween apresentaram seus hits, no Gigantinho, com muitos solos de baterias e guitarras.

Mais de 8 mil pessoas estiveram no Ginásio e enfrentaram uma sensação terrível de abafamento devido ao calor de 37° que atingiu a capital durante o dia. Esperamos que na reforma programada para 2020, a vencedora do edital dê atenção ao sistema de refrigeração.

HELLOWEEN

Tony Capellão

A banda alemã Helloween subiu ao palco com o ponteiro próximo das 18h30 e apresentou um repertório com 10 músicas baseado nos álbuns ‘Keeper of the Seven Keys 1 e 2.’ 

Desde 2016, a banda vem se apresentando com dois vocalistas, Michael Kiske e Andi Deris. Funciona, pois os dois são carismáticos e envolvem o público divertidamente. Além de estarem em plena forma com suas cordas vocais. 

A primeira canção foi “I’m Alive“, com os dois vocalistas dividindo os versos. Kiske assume “Eagle Fly Free” e “Future World“. Deris fica solo nos microfones apenas em “Power“.

O guitarrista Kai Hansen, um dos fundadores da banda, toma os vocais em “Ride The Sky” e depois ajuda Kiske e Deris em “A Tale That Wasn’t Right“. Hansen ganha mais destaque na apresentação após essas canções. 

O show encerra com o maior hit do grupo, “I Want Out“. A plateia que já ocupava grande parte do Gigantinho e tentava amenizar o calor durante toda apresentação é obrigada a cantar o refrão.

 –

WHITESNAKE

Tony Capellão

A banda britânica Whitesnake entrou no palco às 20h sob o som de “My Generation”, do The Who, e logo de primeira mandou “Bad Boys“, do famoso álbum homônimo lançado em 1987. 

David Coverdale, vestindo sua famosa camisa com estampa da bandeira brasileira, perguntou se o público estava pronto para o rock e mandou “Slide It In“. Na sequência veio o primeiro sucesso, “Love Ain’t No Stranger“. 

O álbum novo, ‘Flesh & Blood’, lançado em maio de 2019, também aparece no setlist com três músicas. “Hey You (You Make Me Rock)“, tem um refrão de arena e é a mais bem recebida pelo público. 

Passada a vibe de promover novas canções, o repertório volta aos sucessos com um clássico do rock: “Is This Love“. A balada roqueira leva o público ao delírio, que canta a plenos pulmões o refrão. Depois, o rock farofa do Whitesnake segue com “Here I Go Again“. 

A banda tem um instrumental excepcional e ainda apoia Dave nos vocais em quase todas canções. Destaque para Tommy Aldridge, o melhor momento do show é seu solo de bateria, o veterano toca até com a palma da mão e deixa o público enlouquecido. 

A voz de Coverdale já não é a mesma, e isso não é culpa dele, são mais de 50 anos de carreira. Em canções como “Still of the Night” e “Burn” (do Deep Purple), onde exigem notas altas, o vocalista quase não aguenta e joga alguns versos para a plateia e refrão para os companheiros de banda.  

SCORPIONS

Tony Capellão

O Scorpions era a atração mais esperada da noite e fez um show dependente de suas baladas e dos hits. Foram 15 músicas, com direito a medley relembrando canções dos anos 70 e um solo de bateria de Mikkey Dee. 

Depois de uma introdução da ‘Crazy World Tour’, a banda subiu ao palco e tocou “Going Out With a Bang“. O público respondeu com aplausos, mas metade não conhecia a canção do álbum ‘Return to Forever’ (2015). 

Aliás, foi um show cansativo para quem estava desde às 18h esperando a banda e enfrentando um calor insuportável dentro do Gigantinho. Em alguns momentos era nítido ver o cansaço no rosto de algumas pessoas. 

Como citei no primeiro parágrafo, a banda alemã depende (muito) de suas baladas românticas para entusiasmar o público. A primeira foi uma versão acústica de “Send Me an Angel” e na sequência teve “Wind of Change“. Elas entregaram o melhor momento da apresentação, quando a plateia cantou em coro os refrães. 

A banda segue muito boa em cima do palco, principalmente com seus dois guitarristas. Rudolf e Matthias entregam uma grande performance. E ganham atenção em músicas instrumentais, como “Coast to Coast“. O vocalista Klaus Meine é o mesmo dos velhos tempos, um pouco mais calejado pela idade, ele pula e interage durante toda apresentação.

Com a primeira parte do show se aproximando do final, o Scorpions mandou alguns clássico da sua carreira, como “Tease Me Please Me“, “Blackout” e “Big City Nights“. 

Na volta para o bis, a banda largou o pé na porta e jogou dois clássicos do rock: “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane“. A sequência de hits levantou o público, que ia deixando o Gigantinho aos poucos, e encerrou a apresentação (morna em alguns momentos) em alto estilo.