Gal Costa retornou a Porto Alegre na última quinta-feira (2), após dois anos sem apresentação na capital gaúcha por conta da pandemia. A apresentação aconteceu no Salão de Atos da PUC para cerca de mil pessoas.
No palco, Gal apresentou seu novo show “As Várias Pontas de Uma Estrela“, dirigido por Marcus Preto, cujo roteiro parte da obra de Milton Nascimento para percorrer diversas fases do repertório da cantora.
Além de um roteiro muito bom, o trio formado por Fábio Sá (baixo elétrico e acústico), André Lima (teclados) e Victor Cabral (bateria e percussão), que acompanha Gal no palco, é excelente. Músicos de alta qualidade que levam o público a uma experiência sensacional a cada música.
Gal mostrou um repertório com 25 músicas durante 1h30min. A cantora subiu ao palco pontualmente, às 21h, entoando a capella versos de “Ponta de Areia“. Logo após as cortinas se abriram e surgiu Gal no centro do palco para iniciar o show com “Fé Cega, Faca Amolada“, canção composta por Milton e Ronaldo Bastos e censurada durante a ditadura.
A apresentação seguiu com uma dobrada de canções estelares: “Hotel das Estrelas“, canção escrita por Jards Macalé e Duda Machado para o álbum ‘Legal’ (1970), de Gal; e “Estrela, Estrela“, composta pelo gaúcho Vitor Ramil.
Milton Nascimento voltou ao repertório com “Paula e Bebeto“, proporcionando um momento onde Gal frisa o verso “qualquer maneira de amor vale a pena”, e “Quem Perguntou Por Mim“. Ambas foram gravadas pela intérprete na década de 70.
O show seguiu com “Minha Voz, Minha Vida“, composição de Caetano Veloso especial para Gal, e duas canções de Tom Jobim: “Desafinado” e “Estrada de Sol“, a última dedicada ao atual momento de retomada das atividades presenciais e acabou sendo emendada com “Solar” (Milton Nascimento e Fernando Brant).
Uma das canções mais esperadas da apresentação, e mais emblemática na trajetória de Gal, foi “Baby“. A canção de Caetano, escrita para a estrela tropicalista, foi acompanhada em coro pela plateia.
O momento mais emocionante do show foi com a performance de “Gabriel“, em homenagem ao filho de Gal, nascido há 16 anos e também chamado Gabriel. A canção de Beto Guedes e Ronaldo Bastos foi a grande surpresa do roteiro do show. Ela foi emendada com “Mãe“, outra composição de Caetano.
Uma performance incrível do clássico “Nada Mais (Lately)“, de Ronaldo Bastos, fez Gal ser ovacionada em pé pela plateia. A intérprete ganhou até uma rosa de um fã. “Maria, Maria“, sucesso de Milton Nascimento, encerrou a primeira parte da apresentação.
Na volta para o bis, Gal mostrou a incrível melodiosa balada “Um Dia de Domingo“. Uma versão rock-samba de “Brasil“, música do Cazuza, encerrou a apresentação com chave de ouro e com gostinho de ‘quero mais’.