Na noite desta quinta-feira, 09, o Roupa Nova, uma das mais longevas e bem sucedidas bandas da música brasileira, apresentou no palco do Araújo Vianna um robusto setlist e uma amostra de como será o repertório do seu próximo DVD, comemorativo aos 40 anos de carreira do grupo, a ser gravado na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2022.
Nestes mais de quarenta anos a relação do ‘Roupa’ com os gaúchos só cresceu e se consolidou. Desde o antológico show no Gigantinho em 1987, ano a ano, a banda tem criado um roteiro contínuo e um público fidelizado em diversas cidades do interior do estado e, claro, na capital gaúcha. E ontem não foi diferente.
Numa emocionante apresentação para um Araújo Vianna quase lotado, o Roupa Nova finalmente apresentou o primeiro dos dois shows da tour ‘40 Anos’, inicialmente marcados para novembro de 2020. Eram 21:20 quando os telões no palco iniciaram com uma bela homenagem ao Paulinho, lendário vocalista falecido em 2020.
A turnê marca também a apresentação do novo integrante do grupo, Fábio Nestares, que assumiu os vocais na live realizada em junho de 2020. Ex-integrante do reality ‘Fama’, Fábio demonstrou ontem ser um grande showman e estar muito entrosado tanto com a banda, como com o repertório. Mas ao microfone ele enfatizou que chegou não para substituir Paulinho, mas sim para ser o porta-voz das suas canções para o público que o amava.
Uma fábrica inesgotável de hits e trilhas de novelas, o Roupa Nova começou a apresentação com músicas dos dois primeiros discos como “Canção de Verão” e “Sapato Velho”, de 1981 e “Seguindo o Trem Azul” e “Linda Demais”, de 1985, antes da uma belíssima homenagem a Milton Nascimento com “Maria, Maria”.
Num segundo momento vieram músicas dos terceiro e quarto álbuns como “Meu Universo é Você”, “Chama” e “Seu Jeito, Meu Jeito” (Luz, de 1988) e “Volta pra Mim” (Herança, 1987) para então emendar as duas trilhas sonoras que emplacou num mesmo folhetim: “Felicidade” e “Começo, Meio e Fim”, (‘Felicidade’, novela da Rede Globo, de 1991).
Um medley com mais de 10 canções dos Beatles marcou a metade do show e o início de uma bateria de sucessos até o final do show, que levantou a plateia das cadeiras do auditório e não deixou que sentassem novamente: “Amar É” (1996), “À Flor da Pele” (2004), “Alma Brasileira” (2016), “A Viagem” (1994), “A Paz” (versão de ‘Heal the World’, de Michael Jackson), e indo para o final com os clássicos “Dona” (1985), “Coração Pirata” (1990), “Show do Rock and Roll” (1985) e “Whisky à Go-Go” (1984).
E ainda sobrou espaço para versões à capela e ao piano e para “Chuva de Prata” que não estava prevista no setlist, inicialmente. No Bis, após quase 30 músicas executadas e duas horas de apresentação, a banda retornou para um novo pout-pourri com clássicos do rock que incluíram The Rolling Stones, Nirvana, Guns N’ Roses, AC/DC, Pink Floyd, Queen, entre outros.
Apesar de o som da bateria ter abafado por diversas vezes as vozes dos vocalistas (especialmente nas músicas cantadas pelo baterista Serginho), o novo integrante deu novo gás ao grupo, trouxe potência vocal e agilidade cênica ao show. Com isso, os próximos desafios do Roupa Nova poderão ser enfrentados sem percalços, como a turnê com o cantor Daniel e a gravação do DVD dos 40 anos.