Eram 21:40, desta sexta-feira (02) quando o Iron Maiden dava início a sua quinta participação no Rock in Rio e pela segunda vez vem ao Brasil com a turnê “The Legacy of the Beast”, que passou pelo país em 2019.
Quando a banda entrou e o vocalista Bruce Dickinson se mostrou com um coque samurai e vestindo uma espécie de kimono envolto dos cenários da arquitetura japonesa, soaram os acordes de ‘Senjutsu’ deram uma banho de água fria na plateia que pouco reagiu na largada da apresentação com as três músicas novas do álbum homônimo lançado em 2021. Com a mesma recepção apática dos fãs vieram ‘Stratego’ e ‘The Writing on the Wall’, mesmo diante de uma nova versão do Eddie em vestimentas e portando uma espada samurai.
Um pequeno intervalo delimitou a abertura da continuação com o roteiro original do show “The Legacy of the Beast” deu novo fôlego e acordou a plateia para o show, que seguiu praticamente o mesmo roteiro do que passou por Porto Alegre em outubro de 2019, na Arena do Grêmio. Na apresentação de hoje os vitrais das igrejas e dos castelos medievais foram cenário para a ópera teatral interpretada pelo vocalista em ‘Fear of the Dark’, o show de fogos em ‘Sign of the Cross’ e ‘Flight of the Icarus’ e do aparecimento da gigantesca cabeça do Eddie no fundo do palco em ‘Iron Maiden’.
No primeiro bis vem uma sequência de canções que retratam lutas e batalhas épicas: primeiro com ‘The Trooper’ quando Bruce Dickinson e Eddie travam uma luta de espadas em referência à Guerra da Criméia (1854) vencida pelos britânicos e celebrada com a bandeira do Reino Unido sendo tremulada no palco. Depois veio ‘The Clansman’ que trata de uma batalha escocesa do século XVI e fechando com ‘Run to the Hills’ que condena o extermínio de índios norte-americanos após a chegada dos europeus ao continente.
No encerramento, o já clássico caça da força aérea britânica Spitfire que voa sobre o palco durante ‘Aces High’ foi para o segundo bis, encerrando a apresentação ao contrário das outras duas passagens da turnê pelo Brasil.
A presença de palco inquietante de Bruce com sua voz cada vez mais potente e intensa, a entrega total de Steve Harris do início ao fim e a sincronia perfeita da banda mostra que mesmo com seus 40 anos de carreira seguem com a vontade e a vitalidade de iniciantes.