10ª Bienal do Mercosul realinha a exposição para superar a crise financeira no país

Para se adequar ao cenário de crise econômica do país a 10ª Bienal do Mercosul *Mensagens de Uma Nova América* passou por um redimensionamento a fim de garantir sua execução e a data de abertura no próximo dia 23 de outubro. Apesar da vertiginosa alta do dólar nos últimos meses e dos altos custos de transporte logístico e de impostos decorrentes de importação de obras de arte – cujos pagamentos são realizados em dólar americano, a Bienal será uma exposição de excelência e grande significado cultural e artístico. A mostra contará com a participação de 20 países: Brasil, Chile, Paraguai, Cuba, México, Uruguai, Argentina, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Equador, Guatemala, Peru, Costa Rica, Panamá, Nicarágua, El Salvador, Porto Rico, Jamaica e Honduras.

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“Por uma série de fatores tivemos que abrir mão de determinadas obras inicialmente planejadas para a 10ª Bienal. Optamos por realizar ajustes no projeto e viabilizar sua execução porque temos convicção de que garantir a 10ª edição da Bienal em um contexto de recessão econômica, quando tantos eventos estão sendo cancelados no Estado e no país, demonstra todo o nosso respeito à comunidade, artistas, emprestadores e parceiros. Trata-se de um ato de superação”, afirma José Antonio fernandes Martins Presidente da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul.

O processo de redimensionamento da mostra tem levado tempo porque a Fundação Bienal do Mercosul tem buscado identificar e garantir recursos complementares para viabilizar a vinda do maior número de obras previstas do projeto curatorial.

A instituição lamenta o desligamento de três curadores da equipe, o que transformou esta fase final em um desafio extra para a conclusão do projeto e a realização da exposição em um período tão próximo a sua abertura.

Esta Bienal esta sendo realizada desde o início com um caráter fortemente museológico, portanto, se de um lado lidar com limitações orçamentárias resultou na retirada de obras de coleções estrangeiras, por outro, já se havía decidido pela inclusão de obras de artistas da América Latina pertencentes a coleções nacionais e que poderiam garantir a estrutura conceitual da exposição. Para além disso, com o intuito de garantir a inclusão de obras de artistas cujas obras pertenciam a coleções estrangeiras, o que se foi um impeditivo em virtude do orçamento, optou-se ampliar o conjunto de obras produzidas em Porto Alegre.

Com *sete exposições e cerca de 650 obras*, a 10ª Bienal do Mercosul inaugura no dia 23 de outubro e permanece aberta até 6 de dezembro. Os espaços expositivos tiveram concluídos sua fase de adequação museográfica e o primeiro grupo de obras de arte nacionais e estrangeiras que irão integrar as exposições chega à Porto Alegre nesta semana. As sete mostras estarão localizadas nos seguintes espaços: *Antropofagia Neobarroca*, no Santander Cultural; *Biografia da Vida Urbana*, no Memorial do Rio Grande do Sul; *Modernismo em Paralaxe*, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado  Malagoli – MARGS; *A Poeira e o Mundo dos Objetos*, *Olfatória: o Cheiro na Arte, Aparatos do Corpo* e *Marginália da Forma, *na Usina do Gasômetro, cada uma delas em galerias individuais. O Centro Cultural CEEE Erico Verissimo será a sede do Programa Educativo e também irá abrigar a obra *A Logo for América*, de Alfredo Jaar, que será exibida na vitrine do prédio de frente para a Praça da Alfândega. O Instituto Ling abrigará a mostra* Síntese*, com um grupo de obras  conceitualmente ligadas às sete exposições da 10ª Bienal, um recorte significativo de trabalhos que permitem uma visão geral da proposta curatorial da edição.

Por: Ariela Dedigo